quinta-feira, outubro 29, 2009

ÀQUELE AMOR MEU

Ronque, ronque, vou paralela ao Tejo
Qual tira brilhante e atraente,
Mas é teu rosto espelhado que vejo
Terno, chamando-me docemente.

Correr para ti é tudo quanto desejo
Porque de amor és meu expoente
E apadrinhados pelo calmo Tejo
Vivemos esta ternura comovente.

Adoro o teu beijar meu doce amor
Mas ando tão perdida com a minha dor
Que me resta louvar tua força de viver

Queria dar-me toda aquele amor meu
Queria não ser esta alma que sofreu
Por ti queria ser eterna, sem morrer….


29.10.09

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terça-feira, outubro 27, 2009

ESTRELAS VIDA E MORTE

Vejo a luz das estrelas cadentes
Brilhando no longínquo firmamento
São diamantes, do céu pendentes
São segredos que guardo em pensamento

Vejo as estrelas como brasas incandescentes
E vejo que esse brilho, em cada momento
São minhas dores que mantenho pendentes
São as dores que guardo como meu tormento

Estrelas que formas da minha vida a vida
Que me deixam muito triste e sentida
Sem que tivesse tempo de to dizer…

Estrelas que brilhando falavam
Às vezes também em surdina cantavam
O triste hino de quem vai morrer…



Sala de quimioterapia HPV
11H45 - 22.10.09

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LAGRIMAS QUE NINGUÉM VÊ

Minhas lágrimas sem que ninguém as veja

São lágrimas que correm por toda a dor

Não as vendo, há quem sinta inveja

Porque não entende este momento sofredor…


Sorris porque achas que minha alma graceja

E queres apenas entender que não tenho dor

Que a minha dor é a força com que versejo

E não a dor que ponho neste sentir sofredor…


Deixo-te esta poesia para a eternidade

Para colmatares toda a imensa saudade

Que irás sentir depois que eu morrer.


Louva as minhas palavras de entendimento

Louva e respeita todo este meu sentimento

E anima sempre alguém que esteja a sofrer…



07H30

27.10.09

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sábado, outubro 24, 2009

ABANDONO

Sou um farrapo. Estou destruída

Nesta corrida à toa, desordenada,

Ando por aqui e alem perdida…

Sou um sonho; sou fumo. Não sou nada…


Desfeita, ansiosa, desiludida.

Pobre só; tão abandonada!

Toda loucura como uma ave ferida

Desejo-me em teus braços e amada…


Rasgada, dilacerada, sou pó de granito.

… quando parecia tudo ser tão bonito…

Sou em fúria uma rajada de vento…


No dia a dia eras rei do meu pensamento,

Sem perceberes todo o meu sofrimento,

Deixaste-me perdida neste labirinto…



03.10 1988

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quarta-feira, outubro 21, 2009

PARA TI

Tudo o que ainda resta de mim

São as cinzas espalhadas, ao vento

E aquele suspiro profundo, sem fim

Que foi a voz do meu lamento…


Sobre as cinzas uma rosa carmim;

E o teu olhar, o teu pensamento...

Talvez também uma saudade assim,

Como a que levo, de cada momento.


Nas palavras que te vou deixar,

Há todo o sonho de te amar

Amor fugidio… nuvem de verão.


Crê que tudo o que não te dei,

E nas vezes que não te beijei,

Houve só e só esta louca paixão!




19.10.09

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segunda-feira, outubro 19, 2009

DESDE QUANDO?

Procuro para além do horizonte distante

Talvez em vão, porque tudo está inacessível

Desde que as ondas do Mar te levaram

E à minha volta só há abismo…


Nos meus olhos há a pergunta intrigante

Cuja resposta será sempre impossível

Porque as dores para sempre levaram

O meu amor que julgava intransmissível…


Construíste silêncio em meu redor

Para destruir aquele sonho lindo

O mais belo sonho de amor

Que idealizei ser infindo…


E num horizonte cada vez mais distante

Numa paisagem sempre mais inacessível,

Apenas recordo teu olhar brilhante

E os beijos perdidos de sabor a mel…



19.10.09

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domingo, outubro 18, 2009

GENTES

A vida das gentes é uma teia

Cruzam-se, desgastam-se e iludem-se

A vida traz guerra e antagonismo

E na vida das gentes é esquecido o Amor…

Deixa-se passar entre os dedos como areia

E na vida fingem ser gentes felizes….


Na intriga e em ódio a gente se enleia

Vive sem ver, a não ser o egocentrismo…

E na vivência desprovida de Amor,

As gentes urdem a sua teia

Para se dizerem cheias de dor…



18.10.09

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sábado, outubro 17, 2009

CREPÚSCULO


Como labaredas lambendo a paisagem

A hora crepuscular pintou o céu de alaranjado

Escondeu-se o sol qual disco enorme e dourado

Mergulhando no mar distante para a sua viajem…


Ao crepúsculo brota a inspiração ante a imagem

E com os olhos semicerrados oiço-te meu amado

No teu cantar tão doce e sempre apaixonado

Deixando-te no horizonte como uma miragem…


Maravilhoso pôr-do-sol, divino e sem igual

Meu corrupio desordenado para o abismo fatal

Minha vida sem vida na tarde crepuscular…


Meu sonho perdido na noite-dia, ao sol-posto

Correndo para a arriba para aí deixar meu gosto

Pelo perigo que me atrai por não poder te amar…



17.10.09

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sexta-feira, outubro 16, 2009

PARA O POETA DOS MEUS SONHOS



Invento nuvens cor-de-rosa

Para copiar os teus escritos

Sento-me à beira da paisagem

E leio, atenta, a tua prosa

Deixo o olhar vagabundo

Passear na tua imagem

E oiço o marulhar do mar ao fundo…


Deixo gemidos soltos no ar

São o teu nome a bailar

Nos meus lábios cheios de saudade…


Sinto o sangue palpitar nas veias

Enquanto dizes tua poesia

Deixo-me vaguear nas areias

Numa dança de fantasia…


Aceno-te meu lenço de cambraia

E escolho conchinhas nacaradas

Caminhando pela praia

Como as ondas, sempre enamoradas…


16.10.09

quarta-feira, outubro 14, 2009

A SUAVIDADE DA NATUREZA


Procurei minha morada no horizonte

Onde se confunde Terra e a bruma crepuscular

Alem, onde a distância se perde no monte

E na penumbra se esconde a passarada a cantar…


Refugiei-me na curva do horizonte

Onde desce a Terra sobre o Mar

Onde o Sol dá brilho à minha fronte

Ao segredar-me que existo para te amar…


Deixei a brisa da tarde a fazer-me carícias

Fechando os olhos para gozar as delícias

Da suavidade e ternura da Natureza


Deixei nos lábios um sorriso sonhador

Como ao receber um beijo de amor

Ao som de um hino de beleza…



14.10.09

sábado, outubro 10, 2009

VERSOS SOLTOS


Pernoita no silêncio alma vadia

Deixa que as palavras sejam roupagem

Deste alguém sem reino que paira vazia

Sem que em algum espelho deixe ver a imagem….


Sonâmbula e vagueante de noite e de dia

Na sombra do entardecer é miragem

Do sonho que sem vida lhe devolvia

A revolta do amor perdido, tão selvagem…


Como é que esta alma num corpo revolto

Ainda se atreve a sonhar em sono solto

Como se a mentira pudesse ser verdade?...


É nesta revolta que me envolvo ofuscante,

Que tanto me faz odiar esse amor delirante

Que vou perdendo na roupagem da saudade…



10.10.09

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segunda-feira, outubro 05, 2009

ndina saudade - (sinto saudade)


Nas minhas memórias esbatidas pelo tempo

Vejo o capim amarelecido baloiçando

E vejo as árvores secas afagadas pelo vento

Ao lado do rio vejo as capulanas secando…


Memórias ainda depois do esquecimento

Das sementes na brisa esvoaçando,

Enquanto enquadro o meu pensamento

Neste tempo que vai escasseando….


Esbate-se no tempo o cheiro da terra molhada

A algazarra dos moanas a jogarem à apanhada…

E tão longe vai todo o tempo que passou…


Neste esbatido longínquo está a minha verdade

Que presa em mim, é toda a minha saudade

De tudo o que minha alma tanto amou…



05.10.09

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