quarta-feira, novembro 26, 2008

POEMA QUE PARTIU


Abri a janela à poesia
Deixei que partisse como suspiros …
Foram palavras e sons
Foi fumaça perdida no horizonte
Que pairou no ar e ficou a magia
Dos acordes de um acordeão…
Ficou também a fantasia
Nas cordas de uma guitarra
E os versos de um só fado
Tão triste e magoado
Como este meu coração…
Abri a janela à poesia,
Deixei solta a imaginação
E as lágrimas de saudade,
Por quem partiu um dia
Ficando apenas a melodia
Como única verdade
Do que foi minha paixão…


26.11.08

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domingo, novembro 23, 2008

SOU EU!


Eu sou quem talvez não quisesse ser.
Sou o tempo que sem meta nunca chega
Que sem querer vai vivendo sem viver
Sou talvez até a quem a esmola não se nega…

Eu sou talvez e apenas um ser a morrer
Mas que por ser um talvez, à vida se apega
E num deambular constante e a correr
Sou a alma sem corpo, que por aí navega…

Eu sou o que nunca fui: mulher amada
Nem tão-pouco aquela que foi chamada
De amor, de paixão, de sonho ou aventura…

Eu sou o que não sou, nem jamais serei
A realidade daquele a quem tanto amei
E para quem nunca fui mais do que loucura…

23.11.08

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sábado, novembro 22, 2008

EM PÁGINAS SOLTAS


Deixai minhas cinzas no rio
Para que vão navegando até ao mar
Respeitai minha vontade sem hesitar
Porque cinzas são restos de um corpo frio…

Vede como o sol pintalgou o rio
De cores quentes para minhas cinzas mimar
Cinzas que vão rio abaixo, sem oscilar
E se perdem nas águas que o sol coloriu…

As folhas secas sobre o rio, a boiar
São grinaldas para minhas cinzas acompanhar
Num cortejo de inertes, à deriva…

Ao pôr-do-sol chega o cortejo à foz
Para trás fica a saudade de cada um de nós,
Em páginas soltas da vida que foi vivida…


22.11.08

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quinta-feira, novembro 20, 2008

APENAS ÁRVORES SECAS


Olhei além aqueles troncos secos
Erguidos como braços despidos;
Imaginei que poderiam ser bonecos
Ou pobres seres vagueantes e perdidos…

Castanhos; alguns líquenes já secos
Pareciam longos braços erguidos
Os troncos das árvores, como bonecos
Em ermos campos também ressequidos…

Sem folhagem os pássaros não ficam
Não poisam, não se sacodem, não cantam
São apenas as minhas árvores solitárias…

Árvores suplicantes nas suas tristezas
Recordando a Primavera e as suas belezas
Que não voltam às árvores mortas, lendárias…


20.11.08
13H10

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terça-feira, novembro 18, 2008

ANIVERSÁRIO


Há um segredo.
Um segredo que vou desvendar
Porque hoje é o dia especial
É o dia que te vai dar
O ano que já viveste
E trazer-te o sonho do que vais viver…
Vais ter um dia sem igual
Com a roupa nova que vestiste,
Com o sorriso aberto a dizer
Que conseguiste!
O segredo está na tua alma
Está nos teus sonhos e desejos
Estará contigo na manhã calma
Em que coberto de beijos
Ouvirás que o segredo és tu…

Desvendei o teu segredo
Como prenda de aniversário
Para seres feliz, não tenhas medo:
Sei que és valente, poeta lendário…

Na tua prosa soam doces melodias
E nos acordes do acordeão
As valsas de todas as fantasias,
Que deixas em qualquer coração…

Salvé este dia 19 de Novembro de 2008
Parabéns com o terno beijo da amiga de sempre
ver - Caderno da Alma

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segunda-feira, novembro 17, 2008

EM ETERNA PAZ!


Serenamente a madrugada avança
Enquanto um suspiro de saudade
Deixa que a tua recordação
Não seja mais do que o suspiro…
Foi vida que foi realidade,
Sonho que se esvaiu do coração…
Lágrimas e dores largadas no tempo
Uma chama que se apagou
Depois de ateada naquele verão…
Hoje nada resta…
Nem a ilusão
Nesta alma que já não presta….


17.11.08

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sábado, novembro 15, 2008

LISBOA, MINHA TERRA


Nasci em Lisboa virada para o Tejo
Vi barcos, gaivotas, varinas e marinheiros
Vi olhos chorosos. Em cada boca um beijo
E à noite ouvi cantares das corujas, brejeiros…

Às esquinas cantava-se fado num solfejo
E declamavam-se pregões verdadeiros…
Era a minha Lisboa virada para o Tejo
Onde vagueavam pobres e caminheiros…

Lisboa minha, com as suas sete colinas
Lembro também as tranças nas meninas
E o cheiro a vida que vinha do rio…

Lembro-me do Tejo à hora do sol a brilhar,
Das mulheres da Nazaré, por seus homens a chorar,
Vendo-os ir para o bacalhau, além em terras de frio…

15.11.08

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domingo, novembro 09, 2008

APENAS ESTA NOITE


Volúpia da noite escura sem luar
Sem estrelas a brilhar; apenas palavras
E nem o fogo acendeu… não fez chama…


A minha noite ficou na tua música
Uma sinfonia dos pássaros da noite
Onde dormitaram sentimentos…


Afagos, ternuras, que mais?
Nada mais! Apenas esta noite
Onde só restam os acordes dos meus ais….


09.11.08

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quinta-feira, novembro 06, 2008

ENFIM! ENFIM SIM!


Enfim, enfim sim, ouvi a voz do teu dizer
Entre a espuma rendilhada das ondas do mar;
Ouvi sim, tua doçura em palavras de me querer
E tuas metáforas antagónicas sobre o amar…

Disseste tudo o que quis ouvir, sem querer
E minha alma adoçou, sem duvidar
Porque meus olhos estavam longe, sem te ver…
Enfim ouvi a tua voz, para em ti acreditar…

Enfim! Enfim segredaste que me amavas
E numa melodia que já antes me cantavas,
Fizeste da minha alma uma linda flor…

Enfim! Enfim sim, porque sempre esperei
Ouvir de ti as palavras que tanto amei
Porque teus dizeres são como o meu amor…


06.11.08
16H15 in a train

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ENQUANTO TE PENSO


Ainda a minha mente se ilude
Numa espera inconsequente.
Velhos dizem que esperar é virtude,
Eu penso que esperar é inquietante…

Ainda minha mente se ilude
Vendo o sol brilhar tão quente…
E esperando pelo luar na sua plenitude,
Vou pensando quanto a tua verdade mente…

Ainda julgo ver amor no teu olhar
E sinto em mim teu doce bafejar
Enquanto embalo todas as recordações…

Ainda creio que me iludir é bom
E que no Homem a ilusão é um dom…
Que encoraja todas as suas emoções…


06.11.08
13H00 in a train…

sábado, novembro 01, 2008

NADA É PERFEITO


Que rosa bela foste em mim até um dia
Bela flor de rosa pálido e perfumada
Foste o sonho que desejei ter e fingia
Porque nem perfume, nem rosa foram nada…

Um tédio mortífero me domina e põe-me fria
Nem o perfume nem o sorriso bom de fada
Fazem de mim gente. Sou nada; sou melancolia.
Sou a sombra que nunca foi iluminada…

Procuro em vão teu terno olhar que se perdeu.
Todo o cansaço que domina esta alma que morreu
Por ter perdido a flor que um dia pôs no peito…

Que bela e perfumada rosa foste para me dar ilusão
Que belo sonho me deste e depois deixaste solidão…
Vive-se com a dor, morre-se por amor… nada é perfeito…


01.11.08

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