quinta-feira, abril 26, 2007

PENSAMENTOS QUE ESCOAM



Deito-me numa cama partilhada
Nas noites escuras de breu,
Apenas durmo, estou deitada
Com o respirar e cheiro que não é teu…

Durmo só, numa cama partilhada;
Conto as horas que cada sonho me deu
E ali fico só, embora acompanhada,
Com toda a sorte que o destino me deu…

Piscam as horas no rádio despertador
Na escuridão de toda a minha dor
E finalmente vai ser manhã, para fugir…

Chilreiam pássaros, verdadeiras cantorias;
Embrenhada na loucura das minhas manias,
Deixo que este amor desfaleça, no meu carpir…



26.04.07
13H00
Esplanada da Pastelaria Benard (Chiado)

terça-feira, abril 17, 2007

ÀS VEZES PENSO ASSIM


Respondes a outros chamamentos,
Poisaste o olhar noutra paisagem
Esquecendo de todos os momentos,
Mesmo os que não passaram de miragem…

Minhas palavras passaram a monumentos
Os meus dizeres apenas são dunas selvagens
E até ridicularizaste os meus sentimentos,
Dizendo que eram fantasmagóricas imagens…

Recusaste a beleza de um amor sincero
Fingiste ou ignoraste quanto te quero
E eu não serei mais do que uma esfinge…

Preteriste todos os que te adoram,
Abandonaste aqueles que por ti choram
Para continuares a ser o que o teu “eu” finge…



17.04.07

quinta-feira, abril 12, 2007

ESTE POEMA É TEU


O teu poema é um hino
A tua poesia a bruma da madrugada.
A sensibilidade elevada
Contamina qualquer alma apaixonada.
Teu toque doce, teu beijo fino
São traços de estrelas cadentes
Que deixam luzes ziguezagueantes
Nas águas calmas do Tejo…

Teu poema é uma ode de amor
Tua escrita uma poesia constante;
A tua palavra sempre vibrante,
Mata a sede de um amor ausente,
Acalma a saudade, faz passar a dor
Porque ler essa poesia é doçura,
Plena de toda a ternura,
Que deixas passar em cada beijo…

As tuas palavras são melodias
São tangidos de sinos em capelas
São o bafo quente nas madrugadas frias;
São sensíveis como a bailadora chama das velas…
A tua poesia é o meu alimento
Que acalenta minha vida a cada momento…
No nada que tenho, tua poesia é meu amor,
É tudo o que me resta, para suportar esta dor…


11.04.07
22H45

sábado, abril 07, 2007

MULHERES DA TERRA AMADA




Uma data. Um dia especial
Em que a saudade é uma marca,
Deixada pela verdade,
Nunca antes experimentada:
O dia da Mulher Moçambicana!

Sete de Abril!
Mulher! Ser ideal,
Que mesmo com saúde parca,
Sofredora, heroína, mesmo na crueldade,
Será sempre recordada:
É a Mulher Moçambicana!
Dentro de si tem encantos mil
E de lábios sorridentes,
Seios pendentes com filhos às costas,
É a respeitável mamana,
Doce e encaminhadora dos descendentes…

Sem jamais esquecer,
Apenas quero dizer,
Que sinto o que tu sentes,
E longe, estais sempre presentes,
Como uma sábia lição
Que enterneceu meu coração,
Maravilhosa Mulher Moçambicana.

07.04.07

sexta-feira, abril 06, 2007

DENTRO DA NOITE…



Escrevo para não gritar.
Escrevo com a alma a chorar,
Sem assustar quem está feliz
E por estar longe, nada me diz,
Escrevo pelos que repousam, aconchegados,
Ou brincam em jogos de apaixonados
e se encontram e ficam juntos…

Escrevo por quem não precisa sonhar,
Por eles, que se estão a amar
E por quem nem diz adeus...
Nem olha para os olhos meus…

Estou a escrever para não gritar.
Para abandonar o coração ao largo
Escrevo palavras amarguradas,
Inertes, paradas…
como um regato de águas mortas,
neste silencioso pranto…

Tão perto e tão longe estás,
Sem perceberes a minha insónia…
Nem ouves a escrita silenciosa,
Nem vês as manchas no papel…
Não percebes a tristeza que me dás,
e sempre usas toda essa ironia,
Essa fraseologia falaciosa,
Convertendo minhas palavras em fel…

Escrevo para não gritar.
Escrevo para não sentir a noite
Para esquecer quanto estou mal…
Que de lágrimas, sou estátua de sal
E volto a escrever para não gritar…
Escrevo para distrair o pensamento,
Para não acompanhar a noite,
E perceber que estou só,
Irremediavelmente só; que te trago comigo
Sem outra alternativa que o pensamento…
Pensamento, qual cela em que me debato
A olhar a lua entre grades dentro da noite.

Estou escrevendo para não gritar.
Para não perturbar os que se amam
Se juntam, se estreitam e sussurram
Nas sombras da noite e passeiam ao luar.

Escrevo para que as palavras chovam
Qual dilúvio e que silenciosamente me alaguem
Me deixem pela noite dentro, me afoguem
Como um corpo já sem vida e sem alma,
Vai rio abaixo, a flutuar...


06.04.07

quarta-feira, abril 04, 2007

APETECIA-ME


Apetecia-me escrever uma história de amor.
Uma história cheia de amor e um feliz final.
Uma história onde o amor fosse interminável…

Que fosse uma história que não se esquecesse,
Em que o amor chega sem aviso, de mansinho,
Como uma nuvem cor-de-rosa, nos enche de carinho.
Que fosse uma suave brisa a soprar mistério
E sussurrante de terna doçura e paixão,
Fosse a história para partilharmos com devoção…

Apetecia-me declamar esta história feita poesia.
Apetecia-me proclamar este amor como um herói,
Gritando alto, ser minha a história, que tanto me dói…

04.04.07

segunda-feira, abril 02, 2007

MEU-TEU SONHO


Um dia, antes de te conhecer,
Apenas amava a Natureza…
Via as flores, pelos campos a crescer;
Deleitava meu olhar ante tanta beleza…


Um dia, depois de olhar e te ver,
Encontrei no Amor a grandeza
Que nos dá a força de viver
E partilhar nossa vida com a Natureza…


Foi nesse dia que reparei no Tejo
E meus olhos passaram a ver o que vejo…
Vi que as estrelas eram grinaldas do luar.


Foi nesse dia que docemente te beijei
E aí, nasceu o sonho que tanto desejei
E que a Natureza me deu, para amar...

02.04.07


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