sábado, maio 16, 2009

COMO O TEMPO PASSA!

Eu salto
Eu pulo
Eu grito
E choro…
Sou criança!
Eu faço birra
Eu amuo
Eu falo alto;
Quero uma trança…
Eu aprendo,
Levo reguadas
Castigos…
Estou a deixar de ser criança…
Eu olho o espelho
Ponho as primeiras meias altas
E olho em volta…
Sou adolescente!
Calço os primeiros sapatos com salto
E as saias rodada
A fazer vista na dança…
E vivo enamorada.
Escrevo
Desenho
E pinto os olhos…
Sou mulherzinha!
Mas nem me atrevo,
Mesmo com empenho,
A dizer que “te amo”…
E sonho com a magia
Que me vejas um dia…
E fiquei mulher!
Trabalhei,
Fui mãe,
Mas sempre sonhei
E sempre escrevi…
E fui também
Preterida,
Esquecida,
E louvada,
Apreciada,
E fiquei envelhecida…
E já sem as bonecas
Nem os “jantarinhos”
Nem os sonhos da juventude,
Fiquei de onde jamais sairei…
Ficarei saudade
Porque algum dia partirei
Para o paraíso da Verdade…

16.05.09

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terça-feira, maio 12, 2009

DEGRAUS

Pelas cordas de uma guitarra
Deixo escoar as palavras que digo.
Meus cantares são como os da cigarra
De felicidade, quando estou contigo…

Que importa que vás para a farra
Porque sei que ninguém estará contigo
Dentro do teu peito sou a cigarra
E nas cordas da guitarra és o amigo

A tua voz soa em minha alma com magia
E faz dos meus desejos a bela fantasia
De estar apertada em teus braços

O calor que vem dos teus dizeres
Num sussurro de suspiros e prazeres
Deixa-me enlevada nos teus abraços…

04.05.09

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O QUE FAÇO DAS PALAVRAS

Descai a palavra no papel envelhecido
E escrevo sempre, cada vez mais,
Mesmo que pelo tempo esteja amarelecido
É no papel que recolho os meus ais…

Escrevo as palavras de quem já foi esquecido
E em cada dia que passa fico sem mais ideais.
Deixo escapar um suspiro dolorido,
Que mais parece o gemido dos vendavais…

Chamo às minhas palavras saudade,
Palavras que deixo à soltas, em liberdade
E que vou fazendo escorregar para o papel…

As palavras novas que invento e te dou
Para que um dia possas saber quem sou,
Ficam amortalhadas na velha folha de papel…


05.05.09

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UM HINO AO HORIZONTE

Não vejo nada para lá do distante horizonte
Imagino os azuis esbatidos do além
E oiço os pássaros e um fio de água pela fonte…
Para além do horizonte não há ninguém…

Nem estrelas nem gentes sobem o monte
Apenas meu pulso em tiquetaque vai e vem
E tudo é vão. Apenas existe o somente,
Apenas existe esta angustia que me sustém…

Cantam os pássaros hinos à Primavera,
Embalando-me nesta minha quimera
Que não é mais que o desejo de te ver…

Cantam os pássaros no horizonte azul;
Nas árvores as teias de aranha são como tule
E envolvem-me para que não te possa ver…

05.05.09

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segunda-feira, maio 04, 2009

A MINHA PEDRA FILOSOFAL


Sentei-me num bloco de granito
Frio e cinzento
Na encosta de um monte
Para dar largas ao pensamento…
Belo e frio o granito era bonito
E o fio de água da fonte
Fez divagar meu pensamento…
Pensei que pensam que são felizes
Que são livres de pensar,
Porque assim pensam os petizes
Enquanto não sabem que crescem
Sem nunca poder amar…
Minha alma inspirada
Pelo granito cinzento e frio
E mulher feita pensante
Percorro o caminho errante
Com a máscara do faz-de-conta
Que desconheço o que está mal,
Que não há cunhas nem padrinhos
Que escondem incompetências;
De muitos falsos anjinhos
Destruindo ideologias,
Usando as prepotências
Que vão levando falências
E boicotes para destruir um ideal…
Nos bastidores há intriga
Há um mal destruidor
Que se finge não ver…
Mas que é demolidor.
Inventa-se a simplicidade
Para justificar o que é destruidor…
Sem se pensar na dura realidade
Que tudo aniquila e vai deixando dor…
Já poucos sabem.
Já poucos sonham
Onde andam os que pensam?
Já poucos sentem que se avança
Todos sentem que se cansam
Como a brincar, como uma criança…

29.04.09

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sábado, maio 02, 2009

CONFESSO


Faço da verdade o meu caminho
Sendo que a minha verdade és tu
E nas pétalas de cada flor vou escrever
Vezes sem fim, para a eternidade,
Que por te amar assim hei-de viver
E só teu será o meu carinho…

Confesso com o fervor de oração
Que este amor é a razão que faz viver
Esta alma solitária, pelos trilhos da vida,
Que continuando a esperar pelo doce beijo,
Se confessa apaixonada e por amor perdida,
Daquele que sempre foi a sua doce ilusão…


28.04.09

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