sexta-feira, outubro 31, 2008

SERPENTEANDO PELO DIA


Voltei a pegar no bloco e escrevi.
Deixei escoar meu pensamento
E dentro do meu ser senti
Ai! toda a dor deste lamento…

Recordei-me sempre de ti.
Estiveste em todo momento
E as nuvens sabem quanto sofri
Quando com elas fui, pela mão do vento…

Passei ansiosa, serpenteando pelo dia.
Lá fora soprava o vento e chovia
E apenas tua imagem me acalmava…

Esperei em vão quaisquer resultados
E em vão, porque me foram ocultados
Na minha mente só tua imagem serpenteava…


31.10.08

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quinta-feira, outubro 23, 2008

FIM DE CITAÇÃO


Fim de citação e assim acabou…
Voltei a folhear. Folha a folha reli
E cada palavra sem som, soou
Como aquele cântico que já ouvi…

Foste muitos livros e tudo acabou.
Foste uma bela leitura, que senti
E um dia virei a folha de quem sou
Porque sem me encontrar, me perdi…

O céu das mil estrelas escureceu
Sendo eu nuvem ou alma de quem morreu
Apenas fiquei com o fim de citação…

Tomei em mim um sonho ilusório
E sem os sons do que foi apenas falatório,
Deixo num sofrer sem limite meu coração…


23.10.08
16H00 – no comboio
Homenagem a José Cardoso Pires

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terça-feira, outubro 21, 2008

TUDO FOI BREVE


O suspiro foi breve.
Na calmaria da noite foi
Foi brisa entre a chama das velas
Foi vento norte…
Foi aragem deixada pela morte…

O suspiro foi meu
Apenas foi suspiro
Suspiro duma alma que sofreu
À procura como louca
A quem na vida tudo deu
E vida que tão pouca…

Cheira! Cheira a velas ardidas
Cheira a flores retardadas…
São as rosas que perdidas
Aqui deixaste abandonadas…

O meu pensamento esvoaçou
Como uma gaivota sem rumo
E eu parti solitária,
Esquecida por quem me abandonou…
Das velas resta o fumo
E tu figura imaginaria…
Que até pensei que me amou…


21.10.08

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quinta-feira, outubro 16, 2008

DEDICAÇÃO INCONSEQUENTE

Enquanto as tuas palavras são bálsamo,
Que como divino unguento aplico
Nas feridas da minha alma solitária,
Tu esqueces até o meu olhar…
O meu sorriso
Ou até o gargalhar…
As tuas palavras são um alimento;
São a chama do amor que te dedico…
São uma melodia a embalar o pensamento
Em todos os momentos, para recordar…

As tuas palavras são terras a desbravar,
São astros num universo desconhecido,
São o que em mim resta da vida…
E o nada é o que apenas está definido…


16.10.08
(no comboio – 13H13)

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segunda-feira, outubro 13, 2008

DESDE HÁ DOIS DIAS


Que saudade tinha do teu perfume!
Do teu olhar terno e envolvente,
Um olhar quente a queimar como lume…
Doce, suave e sempre muito atraente…

Num aceno deixei sair meu queixume
O triste adeus que me deixou carente
E nas mãos humedecidas ficou o perfume
Que beijo a cada momento, apaixonadamente…

Espiral de sonhos que refaço a cada momento
São pétalas de rosa desfolhada em pensamento
Que deixo, como páginas de livros, que vou lendo…

És tu, envolto no perfume que me deixa a sonhar.
Sem ti, porque és só sonho, para que te possa amar
Volatilizado nos odores do que vou escrevendo…


14.09.08

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