sábado, junho 30, 2007

TITUBEANDO O PENSAMENTO


Ai que infelizes os olhos meus,
Tão perdidos… tanta saudade!
Meus olhos, assim como os teus,
Andam à procura da verdade…

Sempre solitários, olhos meus,
Procuram em ti aquela realidade…
Mas tristeza, nem nesses olhos teus
Encontram mais do que solidariedade…

Eu queria um amor gritante,
Uma paz, no corpo e alma, constante,
Com tudo o que me pudesses dar...

E tudo quanto mais desejava,
O que a minha alma mais almejava,
Era saber se um dia me ias amar…



22.06.07

Etiquetas:

sexta-feira, junho 22, 2007

ESCREVO-TE EM SILÊNCIO


As mãos escrevem o que a alma dita
E se vem alguém que em nós acredita,
Damos-lhes formas para que sonhem
Damos-lhes força para que nos amem…

Dita-nos a alma o que estamos a escrever
Faz-nos o sonho, a cada momento, viver…
E assim é amar em plena sublimação
Assim é transpor a fronteira da paixão…

Segreda-nos a alma palavras de alento
Que deixamos escritas no pensamento
E em cada gesto, mesmo nos de dor,
Dizemos baixinho “amo-te, meu amor”…

Ter o amor de amigo, amor de amizade
Amor sincero, pleno de fraternidade
Enche-nos o peito de uma pura alegria
Preenche-nos a vida, como que por magia…

Neste simples poema que escrevo
Dizer tudo o que sinto, nem me atrevo
Porque basta meu sorriso para agradecer
Essa dedicação que me ajuda a viver…

14.06.07

Etiquetas:

quarta-feira, junho 20, 2007

ANTES DE DORMIR


Antes de ir para a cama
Paro só; paro para pensar
Porquê ninguém me chama
Porquê ninguém me vem beijar…

Antes de ir para a cama
Olho para o tempo que passou
E vejo-me a velha dama,
Que nunca ninguém chamou…

Antes de ir para a cama
E mesmo antes de dormir,
Ainda sinto a chama
Que em mim, fazes sentir…

Antes de ir para a cama
Antes mesmo de me despir,
Volto e procuro em vão
E apenas oiço o meu carpir…

Antes de ir para a cama,
Cada vez com mais saudade
Sinto-me só, sinto-me lixo, lama
Por esta tão triste verdade…

Antes de ir para a cama
E dos meus segredos guardar,
Com o requinte de velha dama,
Que viveu para te amar…

19.06.07

Etiquetas: ,

sábado, junho 16, 2007

MISS LEE

(Miss Lee)
Suave, muito suavemente,
Tua mão desliza nesse ser,
Que até então estava ausente,
Ignorado, triste e a perecer.

Deslizando as palavras, docemente
Numa carícia de enlouquecer,
Gesto após gesto, calmamente.
Mostras o que é sexo a valer…

Ensinas, escutas, falas da vida
Não sendo, és aquela querida
A quem se paga por um momento…

Bem-haja a tua vida dedicada,
Mulher escritora, mulher falada,
Mulher cheia de sentimento…


(breve e singela homenagem a uma
Escritora com muito talento)

14.06.07

Etiquetas:

quarta-feira, junho 13, 2007

VERDADES QUE FORAM (OU SÃO) MENTIRA!


“Olhos que não vêm, coração que não sente”.
É verdade. É frase feita, ou melhor, ditado antigo ou ainda provérbio, que dito ante certas circunstâncias, parece retratar uma verdade. Mas não. Por vezes esconde uma (verdadeira) mentira…

Desde que me lembro, admito que omitir não passa de uma forma sofisticada de mentir… ou de esconder a verdade… por isso magoa-me tanto que me omitam algo, como da mesma maneira me magoa que me mintam. Mas também não suporto que certas (verdades) funcionem como capa para esconder mentiras…

Há muito tempo que te olhei pela primeira vez. Há muito tempo que suportei a intensidade do teu olhar e tanto tempo que te amei…

É verdade! Será? Julguei também ser amada… Julguei! Sim, admiti, porque pelo olhar admitimos não estar a ser enganados… e depois os lábios…

Estranhei… Não! Aceitei. A tua verdade (?) deveria ser aceite porque te amava… (e continuei a amar?)

Foi fervoroso, idílico, indescritível o momento em que me beijaste. E foi verdade aquele beijo e os outros? Não! Não podia ser… a tal verdade deveria estar ausente… e mais te amei. Em função do beijo, eloquente como uma melodia suave, passei a viver… à espera de um novo momento ímpar… Único!

Sem darmos as mãos caminhámos juntos. Nos jardins fotografámo-nos muito juntos. Pensámos (eu e eu), que nunca seríamos diferentes daquele momento… bebemos água pelo mesmo copo, nos cafés, onde frente a frente a chávenas de “bica”, trocávamos trivialidades, ou talvez não…

E nós (tu e eu), até pensámos (admito eu), que éramos verdade, entre as mentiras que preenchiam as nossas vidas…

Os diálogos deram lugar aos silêncios. Silêncios compostos por muitas palavras sem som… silêncios que são distâncias. Distâncias em que reinam outros seres, outras vivências… outros beijos…

No meu corpo flutua a minha alma solitária, cada vez mais desprendida de sonhos e o meu corpo, pobremente envelhecido vai se deixando morrer, sem desejos… só ecos de silêncios prolongados, onde às vezes a saudade provoca desesperos…
Hoje já fecho os olhos e não sinto a tua respiração perto da minha face. Hoje fecho os olhos e não sinto aquele bafo aromático a envolver-me. Apenas não sinto nada… nem o suave murmúrio da água do Tejo, a lamber a margem, enquanto nos concentrávamos para fotografar uma qualquer imagem que nos havia chamado a atenção…

Hoje não sei se sou eu ou se apenas sou a mentira da verdade que julguei ser…

A minha sombra não está na tua, mas a tua sombra está noutra sombra… naquela que tem sido sempre a tua sombra…


13.06.07

Etiquetas: ,

domingo, junho 10, 2007

PALAVRAS


Nunca as palavras serviram
Para dizer quanto te amo,
Só os gestos, nunca mentiram
E palavras, uso-as quando te chamo…

Chamo por ti, oh vento
Chamo a rosa e a lua
Porque só em pensamento,
Meu amor, sou toda tua…

Nestes meus olhos chorosos
Vejo sempre os teus a brilhar,
Parecem sóis, tão amorosos,
Que olhá-los, faz-me sonhar…


07.06.07
Porto (Rio Tinto)

Etiquetas: ,

segunda-feira, junho 04, 2007

MEU HOMEM!



Na pedra esticado,
Na pedra deitado
Como um deus imaginário,
Sem pose estudada, pelo contrário…

Como na cama, na pedra deitado
Sonhando (?) sem mim a seu lado.
Eu só, observando, no meu fadário
Apenas a desejar meu amor imaginário…

Minhas mãos vaguearam com candura
Meus seios roçaram-no com ternura
E sem ser, foi um momento de beleza…

Meus dedos correram-lhe pela pele,
Meus lábios sugaram o seu mel
Sob o Sol, sobre a Natureza…


04.06.07

sexta-feira, junho 01, 2007

BELA FLOR!...


Deitei-te sobre o meu ventre, bela flor
E deixei que minhas mãos fossem carícia
Senti no meu peito o teu terno calor
E meu bem-estar inefável foi uma delícia…

Massajei teu caule com muito ardor
E as tuas pétalas abriram com perícia
Num instante único, num cântico de amor,
Ao som da concertina e sem malícia…

Bebi teu néctar como a bebida mais saborosa,
Deixei-o pelos meus lábios de forma habilidosa
Enquanto a brisa vinha com cantares de fantasia.

Teu néctar, como suco sagrado de um deus
Fortaleceu esta vontade de viver, sem dizer adeus
E sobre o meu peito, bela flor, és a eterna magia…



31.05.07

Free Hit Counter