sexta-feira, agosto 31, 2007

POESIA DO PENSAMENTO


Que verdade existe na verdade?
Não sabemos porque é incógnita.
A verdade é a mentira da realidade
Ou a mentira é a verdade insólita...

A omissão é às vezes a tua verdade
Que me deixa triste e em desdita
Apenas me faz lembrar falsidade
Sendo aquela em que tudo acredita…

E na mentira-verdade proclamada
Procura-se a raiz não encontrada.
Mas que o silêncio traduz fielmente

E na verdade-mentira se sente
Preferindo calar o que se mente!...
O que é uma cobardia acomodada.



31.08.07

quinta-feira, agosto 30, 2007

“VIDAS…”


A minha casa é no outro lado da vida
Na colina da solidão,
No beco dos tormentos…
Não tem porta nem janelas
A minha cama é o chão…

A minha casa está escondida
No outro lado do mundo
Não tem porta nem janelas
Está no monte perdida
Numa gruta, lá no fundo…

A minha casa já não tem vida
A vida foi-se embora
Deixei-a na tua inconstância,
Errante corpo sem alma,
Por quem minha alma chora…

Vidas, que vida não tem
Minha casa é uma flor morta
Perdida na colina da solidão
É túmulo do meu amor,
Onde não há janelas nem porta…


30.08.07

terça-feira, agosto 28, 2007

“GUERRA DECLARADA”


Travo uma batalha sangrenta
O supereu ataca impiedosamente
Desfaz-se em estratégias, inventa
Para destruir meus sonhos da mente…

A consciência moral impõe-se, violenta
As vezes de mansa voz, falsamente,
Fala sobre tudo o que me atormenta,
Mandando-me partir para o eternamente…

No campo de batalha, magnetizado pela dor,
Não estás senão tu, como meu amor,
Havendo apenas uma trincheira de defesa…

O território limítrofe é a fronteira da ilusão
Imposta, afugentando qualquer pulsão,
Entre tratados, palavras e tanta frieza…



27.08.07

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IRREVERSÍVEL SONHO


Minha vida é uma viagem
Daqui para o além; minha sina.
Lápis e papel a minha bagagem
E os sons da tua concertina…

Recordo a Zembe como miragem
As frutas e as sandes na cantina
E depois a diferença: a viragem…
Saudade do tempo de capa e batina…

Nos lábios morreu-me o último sorriso
Quis os teus braços como meu paraíso
Mas todo o meu sonho morreu…

Passaram meus olhos a choro constante
Tudo para mim está sempre distante
Até o sonho que te dei não é meu…


27.08.07

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domingo, agosto 26, 2007

SORRISOS!


Meus olhos esboçam um sorriso de ternura
Olhos que abraçam o longínquo azul do mar
E que acariciam as gaivotas com brandura
E na boca, resta um sussurro de te amar…

Nos lábios desenho um sorriso de loucura
Encubro toda a tristeza que me está a dominar
Ao ser ignorada e rejeitada toda a doçura.
Este sorriso é a tristeza que não posso mostrar…

Neste meu sorriso há uma galeria de pinturas
Natureza morta, abstractos e algumas gravuras…
São traços incertos de um amor ignorado…

Meus lábios e meus olhos mostram sorrisos
Como fantasmas que fazem ressoar guizos
Para afugentar aquele meu amor inventado…



26.08.07

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CONVERSA COM A MINHA ALMA


Já li tantas folhas da minha vida!
Minha alma! Estou tão saturada…
Sinto-me só, triste e assim perdida
Por nunca ouvir dizer que sou amada…

Minha alma! Estou tão consumida…
Cada dizer mostra como estou cansada
Cada palavra tem uma lágrima perdida
Só porque nunca ouvi dizer que sou amada…

Na gruta dos anseios escondo meus ais
Toda a saudade, sonhos e outros mais
Porque jamais morrerei nos teus braços…

No cemitério ficou o sonho da adolescência
Pelo monte e nesta rua, fica a outra vivência
E num ser nunca sendo, teus doces abraços…



26.08.07

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sábado, agosto 25, 2007

“AMAR-TE”


Amar-te é o que me motiva,
Revigora minhas forças
E me enche de prazer...
Amar-te faz-me crer na vida,
Estimula meus estímulos
E faz-me crescer...
Amar-te lança-me na aventura
Que me faz amada e pensar ser amor.
Entrego-me aos mais puros delírios,
Fantasio encontros,
Palpito de amor...
És a liberdade que tanto anseio,
Mas deixa-me em absoluta incerteza,
Nesse amor, no qual tanto creio
E só conheci com a tua beleza...
Beleza no que escreves...
No que pensas...
Em cada gesto...
Que me compensa...
Que me isenta da insanidade
De um mundo tão desigual,
Onde existem certas pessoas
Para as quais o amor é um mal...
Tens-me ensinado no dia-a-dia
Toda a grandeza de ser e sorrir...
Poder estar ao teu lado é a maior alegria,
Que eternamente quero sentir!


24.08.07

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quinta-feira, agosto 23, 2007

“E ESCREVO UM SONETO”


E o tempo passou por mim e olhou
Cravou em mim um carimbo preto,
Marca de quem nunca amou…
Então, penso em ti e escrevo um soneto…

As tuas palavras são para quem não sou
E tudo o que escrevo é no baú que meto
Porque também és quem nunca me amou…
Então, penso em ti e escrevo um soneto…

O tempo que sendo tempo é meu inimigo
Invade meu espaço e não me deixa contigo
Eis que só me vai dando sofrimento…

O chilreio das aves é a minha canção
E com o tempo, embalam minha paixão,
Que em cada soneto fica como pensamento…




23.08.07

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“A INCERTEZA”


Incerteza!
Triste sentir,
Deixa tristeza
E desejo de partir…

Incerteza
Mata a ilusão
Tira a beleza
À mais pura paixão.

Incerteza
Causa dor
Rouba a certeza
A um grande amor…

Incerteza
Destrói a magia
E a pureza
De uma bela fantasia…

Incerteza
Deixa loucura
E frieza
Em qualquer ternura…

Incerteza
Nesse teu gostar
Tira a singeleza
A todo o meu amar…

Incerteza
É o que fica pendente
Depois da beleza
Do que ainda se sente….

Incerteza,
Fica na maré vazante
E na escureza
De noites de quarto minguante…

Incerteza
É tudo o que resta
Duma noite de beleza
Que esse beijo me empresta…


07.08.07

quarta-feira, agosto 22, 2007

“A DOR”


Ao perder um grande amor,

Podendo mesmo ser um sonho,
Ai quanto dói esta verdade…
Imaginamos que morremos sem ele…
Que passamos a ser irrealidade.

Nada mais importa.
Nada mais tem muito valor.
É o âmago do medonho.
É o fechar de uma porta…

Não há motivos. Não há mais porquês.
Nem existem razões de se chegar nem onde ir.
Como dói aquela ausência
Como destrói aquele partir…
É a destruição do amor…

Como dói ter de esquecer nunca mais estar em seus braços.
Como dói acabarem as ilusões,
Como dói não mais sentir os abraços

Nunca mais…
Como dói a falta das emoções
E toda aquela ânsia…
E a nostalgia…
Das pulsões…

E no entanto, quando aquela dor alivia,
Quando os olhos secam
E fica a branda agonia,

O que sentimos não é remédio
Mas o vazio, o tédio
Toda a frustração
Do que nos falta…
Aquele pedaço que jamais é consertado…
É o desfazer do coração
Por lhe faltar o ser amado…
É toda a insatisfação
De um amor cerceado…


14.08.07

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terça-feira, agosto 21, 2007

“VESTIDA DE NOIVA!”

Vestida de noiva, de noiva vestida
De branca renda floreada,
Com saia curta. Saia curta e rodada.
Mulher com roupa: travestida!
Mulher solitária. Três cravos na mão
De branco vestida, com ar desesperado
Vestida de noiva, sem o seu amado
Mulher solitária, renegando sua paixão…
Toda de branco, vestida a preceito
De lágrimas nos olhos, uma dor no peito,
E na sua indecisão, acaba dizendo “sim”!
No branco do seu vestido, o choro
E em muitas folhas de papel, a seu jeito,
Fez muitos escritos, páginas sem decoro,
De noiva perdida, foi clamando seu fim…


07.08.07

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“O MEU MEDO”


Escondi-me num búzio
Nas rochas, à beira-mar
E na maré baixa
Virei espreitar
As tuas pegadas na areia…
O luar dá-me um brilho luzidio
E se me pegares, ouves sussurrar
Que só a ti sei amar…

É doce pensar assim, ternamente,
Esquecendo que nada é verdade
Que eu já não sou e tu és o ausente…
Eu sou o sonho. Tu a realidade…

E entre as pregas do rochedo
Sentindo as ondas a bater
Escuto a sinfonia do entardecer
Tão só, cheia de medo…
Medo, tristeza, angústia…
Incerteza de um dia te perder…




11.08.07

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PRECE À SAUDADE


Tão longe já vai aquela manhã
Tão quente e de sol tão brilhante
Perdida no tempo da esperança vã
De voltar a ter teu olhar extasiante…

Tão longe já vai aquela manhã
Em que ouvi tua voz cantante
Em galanteios de elegante galã,
Que me deixaram num baile estonteante…

E tão longe foi, que o sonho morreu,
Sem um abraço, ou um beijo teu…
Em sonhos ficaste sem me teres amado…

Só me resta a louca saudade
De querer apenas quem me dê amizade,
Porque meu amor partiu, está enterrado…



11.08.07

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sexta-feira, agosto 03, 2007

DESILUDES-ME


Recitam-se salmos
Balbuciam-se orações
A deuses perdidos na desesperança
Fazem-se promessas
E o caos progride…
É a vida que damos
Na morte das nossas ilusões…
Pede-se a vingança
De almas devassas
De tudo o que nos agride
Mas nada é senão desenganos….

O que é então amar alguém?

É estar só e desesperado
É ser constantemente agredido
É tão-somente ser trocado
Como preterido…

Lêem-se bíblias antigas
Estudam-se filósofos velhinhos
Apregoam-se éticas
E tudo serve para desculpar
Tudo é um pretexto estudado,
Todo é enganador…
Diz o povo – são cantigas!
Ou só formas patéticas
De fugires e não amar
De não seres o meu amado
De não seres o meu amor…

O que é então amar alguém?


04.08.07

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quarta-feira, agosto 01, 2007

DESPEDIDA….

Hoje encontrei a tristeza.
Vinha empalidecida,
Trazia com ela a morte…
Vinham buscar-me, de certeza
E como é a minha sorte,
Até lhes fico agradecida…

Chegaram bem à tardinha
Com muitas flores de papel,
Velas e muitas fitas…

Demos as mãos à chegada
Todas cheias de emoção
Todas cheias de ansiedade…
Uma por estar apaixonada,
Outra por tanta falsidade
E outra, por se perder por paixão…

Chegaram quase à noitinha
Mesmo com parecer horrível….
Encheram-me de velas e fitas….


01.08.07

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