sexta-feira, agosto 28, 2009

QUEM SOU? UMA ESTRELA!

Questiono a Natureza com uma pergunta constante

Porque é a minha vida fugaz como uma estrela cadente?

Pergunto, pergunto e volto a perguntar impaciente

Porque fez de mim alguém que anda por aí errante…


Nas águas paradas como ao espelho, vejo meu semblante

Tristes olhos vagueantes como os olhos duma demente

Avivando a saudade, miro o rio que lento passa em frente

E ao luar, este meu rio brilha como se fora um diamante…


Efémera como um suspiro de moribundo é esta vida,

Onde não me encontro. Desespero por estar de partida

Errando por trilhos desconhecidos, passo fugazmente…


Questiono a Natureza, questiono-me sem nunca saber

Porque minha vida foi tão fugaz, mesmo sem querer…

Minha vida foi breve: foi como a de uma estrela cadente…


28.08.09

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sexta-feira, agosto 21, 2009

MAIS UMA DESPEDIDA

Uma badalada, duas badaladas,

Está o sino a tocar.

São duas da madrugada

Sem sono continuo a pensar…

Sem dormir, sem sossegar,

Meu sono se perdeu.

Os pássaros nocturnos piam ao longe

E minha alma não faz senão chorar…

O sino parece chamar a finados

E eu apenas quero o adeus dos meus amados…

O vento é um hino ao longe

As sombras são desenhos animados

Que vêm para me levar…


21.08.09

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quinta-feira, agosto 20, 2009

PARA ALÉM DO QUE SUPORTAMOS

Um sopro de vento. Um reboliço nas folhas no chão

Palavras soltas a definir tempos de vida ou morte

Razões em conflito e sempre a indecisão…

Folhas esvoaçando alvoraçadas com o vento

E a sombra incomensurável do tenebroso medo

Tolda qualquer pensamento…


Não há forma de discernir o que está certo

Na minha alma o vento é um furacão

E afecto, amores ou amizades, como lamento!

No momento ninguém está por perto…

E no todo dos meus medos há a desilusão

Há o luto pelo meu sentimento…


Deixaram de chorar meus olhos pela dor

Para além do que suportámos nesta vida,

Fica em palavras todo o meu amor

Mesmo tendo sido sempre preterida…


20.08.09

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domingo, agosto 16, 2009

VAGUEIO NO ACASO

Sou a única alma vagueante no cemitério

Passeio-me neste imenso roseiral

Reino solitária neste imenso império

Onde serei virgem, deusa ou vestal…


[… …]

Há momentos em que o silêncio é profundo

Aí, descubro que estou só no mundo…


Não tenho Pátria nem eira nem beira

Não creio mais que exista o Amor

Se houver aí alguém, serão artesões numa feira

Onde será feita de papel, cada flor…


16.08.09

sábado, agosto 15, 2009

FOLHAS


Folhas da árvore que não plantei

Folhas do livro que não escrevi

Folhas da rosa amarela que te dei

Folhas do diário que dizia o que sofri


Folhas, mil folhas do papel que inventei

Folhas onde confessei o que ouvi

Folhas onde escrevendo, mil vezes apontei

Que foste a razão porque vivi…


Folhas que esvoaçaram pela rua

Folhas que perderam a cor à luz da lua

Folhas que folheei do meu livro imaginado


Folhas velhas de papel amarelecido

Folhas onde com tinta deixei imprimido

Que foste mais que um deus idolatrado…


16.08.09

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terça-feira, agosto 11, 2009

QUANDO O CORPO CHEGA AO FIM


Despi a alma deste corpo solitário

Do nada sobrou o que nada havia

De joelhos no chão do meu calvário

Apenas agradeci aquilo que merecia…


Caminhou minha alma por casual itinerário

Deixou o corpo no espaço que desconhecia

E apenas continuou como incerto numerário

De quem em vida nunca teve o que queria…


Sem alma o corpo apenas foi material

E sem letras, palavras e poesia, foi irreal

Não deixando pistas para ser recordado…


Meu corpo vazio foi suspiro perdido

Perdeu-se na saudade do ente querido

Porque ele foi quimera, embora amado…


09.08.09

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sábado, agosto 08, 2009

DEGRAUS

(degraus e mulher - de joaninha)

Assim, de degrau em degrau

De costas para o mundo

Vou em direcção à Natureza…

Para trás fica o que é mau

E o que me marcou fundo,

Fazendo-me esquecer até a beleza…


Os luxos, os bons momentos…

Deixo-os no degrau anterior,

Sem um adeus, tenho a certeza…

Não te levo nos meus pensamentos

Pelo menos ao partir, serei superior

A quem o meu amor despreza…


Cada degrau é feito das letras que escrevi.

Piso-as para esquecer a saudade

Não quero levar nada que te recorde,

Nem o trágico dia em que te vi…


Em cada degrau fica o que foi tão forte

Fica tudo o que fez pulsar um coração

E agora, neste momento da minha morte,

Não persigas meus passos de paixão…


No azul das profundas águas do Mar,

Nos verdes campos da floresta,

Ficam as cinzas de quem soube amar

Porque apenas cinza será tudo o que resta…



08.08.09

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sexta-feira, agosto 07, 2009

EU SIGO A MORTE!


Jaz em mim esta dor devastadora

Ontem e hoje voz da morte presente,

Alumiando a noite assustadora,

Obriga-me a segui-la, em frente...



Foste imagem imensa, libertadora,

E esqueces que o passado tem presente.

Ri sem pudor, de quem te adora.

Ri, porque te chamei de diferente.



Estou chorando. Verdade. Pela morte?!

Ri, porque esta foi a minha sorte!

Igual a sempre, a morte está presente.



Adeus! É o muito que te direi...

Sem recuar, para te esquecer, eu a seguirei.

Depois da morte, só o silêncio se sente…


11.11.07

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quinta-feira, agosto 06, 2009

AGOSTO

Agosto! Quente mês de verão

A saudade que vive no meu peito

Ainda hoje me deixa emoção

Cada momento que lembro, fico sem jeito


O sol brilhante aquece meu coração

Onde deitado no meu frio leito

Ainda chora aquela doce paixão

Por um amor que apenas foi imperfeito…


Agosto! Agosto outra vez no calendário

E eu no luto que fez meu fadário

Porque fugi antes mesmo de lutar…


Agosto! Gravado na minha recordação,

Momento de afectos e constante emoção

Agosto que me deixou prisioneira deste amar…



06.08.09

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quarta-feira, agosto 05, 2009

DOR


Abusivamente invasora

A dor instala-se aqui e além

Percorre o corpo desfalecido

Domina os pensamentos

E destrói quaisquer sentimentos…


Dominadora a dor destrói

A dor comanda cada gesto

Nos corpos enfraquecidos

As dores são tormentos

Que tolhem nossos movimentos…


Castigadora, a dor corrói;

Em qualquer gesto a dor ataca

E o pensamento entontecido

Parece uma folha ao vento

Perdida sem mais lamento…


A dor física faz sofrer

A dor leva o corpo a morrer…



05.08.09

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segunda-feira, agosto 03, 2009

CONTROVÉRSIAS NO AMOR

Presenteias-me com um silêncio doentio

Ignoras quão profundo é o meu amor

Olhas-me com olhar distante e frio

E todo o meu sentir para ti não tem valor…


Para ti, este amor é um desperdício.

O meu carinho repudiado deixa a dor

Quando dizes que este amor apenas é vício,

Que ninguém pode sentir assim amor….


Inventas estratégias para te justificares

Arranjas mil nomes para te esconderes,

O que pensas que eu ainda ignoro…


Proclamas aos ventos mil justificações

Declaras fracassos em outras paixões.

Nem mesmo assim entendes que te adoro…


03.08.09

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