segunda-feira, maio 28, 2007

MEU LAMENTO


Vou atirar toda a minha poesia ao vento.
Vou amarrar todos os poemas aos maços,
Quero deixar de uma vez este tormento;
Desejo partir a minha mágoa em pedaços.

Que a ventania varra meu pensamento,
Que aperte a fita, que aperte os laços
E que eu só tenha o soluço do lamento,
De tanta ilusão e tantos fracassos...

Que venham todos, guerreiros ou artistas
Pássaros, rosas, máquinas ou fadistas,
Já tudo me é indiferente: sou pó...

Que me venhas chamar de amor,
Ou que jamais me causarás tanta dor,
Para tudo já é tarde: Morri tão só!...



24.05.07

ROSAS SECAS


Liberta de regras, minha poesia
Apenas é a voz do pensamento.
É rica do meu mundo de fantasia
E deixa escoar meu sofrimento...

Sem métrica; apenas rimas de dor
De angustia e de tanta ansiedade...
Da triste ilusão num doce amor
Que foi, sem nunca ter sido verdade....

Um ramo de rosas secas, descoloridas,
Pousado no meu regaço, envelhecido,
Onde deixo minhas lágrimas perdidas...

E um pálido raio de Sol entristecido,
Deixa que as pétalas amarelecidas
Se confundam no negro do meu vestido....



17.01.005

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segunda-feira, maio 21, 2007

SORRIO

Sorrio. Sorrio sempre em cada manhã
Sorrio mesmo com o coração a chorar
Sorrio quando sinto que a esperança é vã,
Porque a sorrir, consigo me enganar…

Sorrio quando me falam de amizade sã,
Sorrio porque, todos os dias, fico a esperar
Sorrio enfim, porque cada noite é uma manhã
Em que espero que a amizade venha me amar…

Sorrio ainda, quando sonho que me passa a dor,
Que baixinho e docemente me chamas de amor
Quando a vida quase está a ser recordação…

Sorrio porque penso que amar não são favores
E que os “muito obrigados” são ternos amores.
Mas chega a noite e apenas me deixa ilusão…


21.05.07

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terça-feira, maio 15, 2007

MINHA TERRA!


De repente senti uma imensa vontade de chorar…
E tenho mesmo de chorar.

Não vou dizer o porquê, mesmo não sendo segredo,
Talvez um outro dia o direi…

E num qualquer dia de amanhã, sem o dizer,
Vais, vão ficar a saber…

Por ti, Terra amada, vou chorar.
Porque estás sempre longe e por isso vou chorar…

Ninguém te ama como sempre te amei, eis meu medo,
Por isso choro e sempre chorarei.

Mais do que nunca tenho medo de te perder,
Porque foi por ti que quis viver…

E será a ti, só a ti, que meu amor vou dar,
Rosas de Portugal, terras do meu amar… …

16.05.07
(Clube dos Pensadores - comentário feito a um post neste Blog)

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quarta-feira, maio 09, 2007

ENCAMINHO-ME PARA O SOL


Sinto o vento que sopra do Sul,
Cortante como fios de gelo fino,
Sulcando corpos e almas vadias
Deixando-os perdidos, sem tino…
Oiço o agreste sibilar das ventanias…

Por todo o lado há folhas exangues;
Espalhadas pelas bermas da calçada
Mostram, com ironia, um passado,
Mostram a fragilidade da vida.
Mostram o seu tempo esgotado…

No céu correram nuvens; ficou sombrio
Vagueiam também meus sonhos de ilusão,
E enquanto conto as vogais do alfabeto,
Escrevo um verso triste sobre a paixão
Que me deixou o frio do Inverno onde vegeto.

Melancolia igual à das ondas do mar,
De um mar revolto e acinzentado,
Onde me debato nas suas águas, agitadas.
Desejando alcançar a praia onde estás sentado...
Já não tirito mais. Enfim chego às areias doiradas.
Encaminho-me para o sol, tão desejado.
Para aquecer meu corpo. Para me encontrar,
Nos braços de quem é meu amado…

10.05.07

PAIXÃO


Em todas as minhas rimas te canto
Oh homem do meu encanto,
Enquanto tua boca ri do meu pranto…

Cubro-me com véus de muitas cores
E vou dizendo palavras dos pecadores,
Porque meu corpo é teu, sem pudores…

E se as tuas mão me afagam com desejo,
Sorvo teu hálito e teu sumo benfazejo
E delicio-me com o teu quente e longo beijo…
E sonho perder-me numa louca orgia,
Perdida de amor, mas acabo em agonia
Por seres de um outro alguém em cada dia…

E com a minha alma sedenta de prazer,
Cheia de angustia, com medo de te perder,
Vagueia neste deserto, o de tanto te querer…


09.05.07

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segunda-feira, maio 07, 2007

LUTO PERENE

Vesti-me de preto. De negro me vesti.
Sem minha mãe; sem um amor profundo,
Olhos chorosos, chorando por ti
Vagueio solitária, mostrando-me ao mundo…

Na angustia constante que sempre senti,
E no todo da tristeza em que me confundo,
Deixo-me perdida e por isso parti,
Vestida de preto, ao redor do mundo…

Nos meus olhos, paira a cor dos teus
Inspirando gotas de esperança de um deus,
Porque afinal ainda espero a felicidade…

E nas tuas palavras, distantes, bebo vida,
Que me falta, quando sinto ser preterida
E vem a dor, o desgosto dessa crueldade…


07.05.07

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domingo, maio 06, 2007

UM POEMA AO MEU AMADO


Dizei-me amor meu, que te sou querida
Repete-me vezes sem fim deste amor eleito
E busca todo o carinho em meu peito
Para hoje, sempre, toda a vida....

Colabora na minha tarefa preferida
Para não me deixares o coração desfeito...
Tarefa do dia a dia, feita sem preceito
Mas que enche de doçura esta tua querida…

Nesta escura vala, amor, me afundo,
Como a agonia atroz dum moribundo....
Já sem crenças, mitos, nem ternura,

Imploro que me escutes, meu amor:
Trazei-me rios límpidos, radiosos, sem dor,
Onde haja apenas um querer de candura…


20.04.07

sexta-feira, maio 04, 2007

MOURIR D’AIMER…


Serenamente, a música fez-se ouvir…
Encheu de melodia todo o meu ser
Estremeci, mas nem tentei fugir
As lágrimas caíram, que queria esconder

Aquele som, de novo me fez sentir
Quanto minha alma está a sofrer
Por quanta farsa, quanto mentir
Que me deixa triste, me faz doer…

O silêncio foi doloroso, angustiante,
Mas a música, remédio inebriante
Foi-me deixando deslumbrada…

E no silêncio onde me andei a perder
Com uma firme vontade de morrer,
Nunca percebi que estava apaixonada…


04.05.07

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