terça-feira, janeiro 22, 2008

POR AMOR


Vivo enleada no meu sonho paradoxal.
Vivo e hei-de morrer por este sonho sem igual.
Que gritem que é loucura este amor,
Que me acusem, mas deixem-me, por favor.


Todos não serão muitos, neste amor imortal.
Nem deixarei de louvar este amor ideal.
E mesmo sofrendo, dilacerada pela dor,
Porque Amor é sofrer e por ti, eu sofro, Amor...


Mesmo ouvindo dizer que não me amas,
Mesmo que digas que pelo meu nome não chamas,
Deixo minhas cinzas, rio abaixo, proclamarem


Que de abandono se morre, não de Amor.
Mesmo que me mostres todo o teu desamor,
Deixo minhas cinzas, rio abaixo, te chamarem...


21.01.08

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segunda-feira, janeiro 14, 2008

SONHEI


Sonhei
Sonhei que a poesia me preenchia
Para ti escrevi e dei
Tudo o que acreditei ser alegria…
Uma mão cheia de nada, vazia…
Uma vida passada à espera
Do sonho que inventei…

Sonhei para não dormir
Sonhei que era o dia de nascer
Sonhei para iludir
O tempo sem te ver…

Sonhei
Sonhei para viver
E sem nunca te dizer sonhei
Porque em silencio imaginei
Que o silencio queria dizer
Que foste tudo o que mais amei
Antes de morrer…

Sem sentir
Sem imaginar
Com o tempo a fugir
Sem mais te poder amar
Perdi meu tempo a sonhar
E agora vou partir
Para nunca mais voltar…


14.01.08

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sexta-feira, janeiro 11, 2008

ENQUANTO ANOITECE


Anoitece lá fora
E também na minha alma
Onde só a tristeza mora…
Vive só e desolada
A tristeza da minha alma,
Pobre alma apaixonada
Por quem já se foi embora…
Anoitece pelo monte
Onde as sombras se agigantam
E sendo lá a minha fonte,
É lá que meus suspiros cantam,
É lá que os meus suspiros choram…
Vagueando pelo monte,
Chorando por quem adoram…


11.01.08

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segunda-feira, janeiro 07, 2008

SIGO A MORTE


Assustada, dentro do descontentamento,
Como que envolta num véu delicado,
Imagino o longínquo e fugaz momento,
E aquele, o instante actual… mas passado

Passou uma perpetuidade misteriosa…
Repleta de profundas dores e do amargo da incerteza
Para além dos desgostos que foram deslizando,
Como espuma à beira-mar, por entre as mãos
Mãos gastas de limpar infindos prantos…
E a dúvida, sempre a dúvida, odiosa
Fazendo brotar toda esta tristeza.
Tristeza sem tamanho. E até quando?...

As nossas tristezas, reais ou aparentes, mas tristezas…
Ressurgem de cada silêncio e de cada longínquo espaço
Onde nunca chegam as indescritíveis ternuras…
Onde nunca se vão imaginar momentos inconfessáveis…
Onde apenas sobrevive o querer saber mais
Onde se procura e onde o desconhecido são as belezas
Das telas que pinto, sem as imagens que desfaço
Com as lágrimas de todas as tuas loucuras,
Dos orgulhos, das raivas e desesperos incontornáveis…
Das dores que me fustigam, como vendavais…

E num amor que escrevi como um hino, como melodia,
Deixo embalar e enterneço todo o meu ser
Deixo que transcenda esta irrealidade ilusória
Deixo que todas as noites sejam aquele dia
E em que todas as flores desabrochem, para eu ver,
Antes de partir, seguindo a morte, depois da vida inglória…


07.01.08

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