terça-feira, setembro 30, 2008

O VENTO NO TEMPO


Deixei de ver a luz difusa vinda dos vitrais
Deixei de ajoelhar embalada em fé
Deixei de ir ao silêncio do templo
Passei a ir ao rio, onde os silêncios são iguais…
Apenas choro agora, entre suspiros e ais…
Viver hoje apenas é existir, não é?....

Deixei partir de mim os sonhos de aventura
Deixei que me secasses os olhos sofredores
Deixei que sonhos novos dessem outra postura
E me fizessem esquecer tão tristes amores…

O tempo e o vento sopraram mais forte
Também de nada mais sei, apenas que partiste
Mas algum dia, saberás quando foi a minha morte
E no vento que sopra, ouvirás minha voz triste…

O vento no tempo repetirá como sempre te amei
E feita apenas pensamento, foi só amor que te dei…

30.09.08

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quarta-feira, setembro 24, 2008

SILÊNCIO POR ESMOLA


De mão estendida vagueia minha pobreza,
De boca ressequida, deixei de sorrir
E nem a tua esmola veio, por gentileza,
Para minha alma, da miséria se redimir…

Poisaste silêncio na minha mão com rudeza
Um silêncio de morte, intencional, para ferir
E de mão estendida, dolorida pela aspereza,
Deixei que uma flor morresse antes de florir…

Pensei que o silêncio de ti, nunca vinha
Porque silêncios do além já eu os tinha…
E que saudade me deixaram de verdade …

A vaguear num tempo sem mais sonhar
Sem palavras, sem caminhos para andar,
Apenas silêncios para a eternidade…


25.09.08

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sexta-feira, setembro 19, 2008

UMA PALAVRA NOVA


Quero inventar uma palavra nova, louca
Uma palavra que traduza meu desarranjo mental
Uma ou muitas palavras que mostrem minha loucura…
Quero mais palavras para a minha escrita louca
Porque fui sonsa, doida e até sensual…
E agora morro por um sonho que não é “normal”…

Fui crente, orei muito e altamente devota
Chorei por todos os nada que fui conhecendo,
Porque a vida está repleta de nadas…
E não há palavras novas, para uma simples nota…
Nem o teu olhar, nem um beijo estou merecendo…
E nesta minha escrita louca procuro gnomos e fadas…

A minha revolta é sentir-me esquizofrénica,
Paranóica, enleada na minha escrita louca;
Sentir uma feroz raiva por toda essa sexualidade
Que reneguei por não querer ser escrava
Por ter deixado morrer a palavra amor na minha boca
Por ter apenas visto em ti a minha verdade….


19.09.08

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terça-feira, setembro 16, 2008

EM FRENTE AO MAR


(foto de Joaninha)

Há dias sentei-me frente ao Mar.
Chegavam ondas e partiam
Espumavam nas rochas alegremente
E brilhavam à luz do sol dourado…
E frente ao Mar continuei a esperar
E a escutar o que as ondas diziam
Num murmúrio cantado docemente
Como cantiga de um par apaixonado…

Olhando o Mar contei-lhe minha dor,
A mágoa que me faz sofrer e chorar…
A saudade imensa do meu amor
Que partiu um dia para não voltar…

Há dia sentei-me frente ao Mar
E enquanto as ondas corriam,
Desenhei no horizonte uma poesia.
Dei-lhe o nome de felicidade
E foi o poema do meu amar.
Esqueci que meus sonhos morriam
Por acreditar numa fantasia
Que me vai deixando a sua crueldade…


16.09.08

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sexta-feira, setembro 12, 2008

QUANDO A ALMA DESISTE


Vento forte, deixando o som do seu ulular
Fazendo eco com o meu pensamento
Que perdido, apenas vai deixar de lutar;
Vai perecendo de saudade a cada momento.

Meu espírito solitário e sofredor de tanto amar
Apenas passará a chamar-se meu tormento,
Porque de amores eu partirei sem mais voltar
E não dizeres que os amores são meu invento…

Desisto de sonhos, de amores e de viver
Levados todos com o vento; só quero morrer
Deixando um pedido solene: esquece que vivi!

Se por mero acaso me recordares algum dia,
Inebriado entre toda a tua louca fantasia,
Deixa que alguém te diga, que por ti morri…


Almograve
11.09.08

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terça-feira, setembro 02, 2008

ONDE PASSA O TEJO

Da minha janela vejo o rio e não o mar
Mas pelo rio seguem os beijos de saudade
Da que foi e será de muito te amar…
Saudade da vida que se tornou eternidade.

Da minha janela o rio vê-me chorar
Vê-me triste, e chora comigo a saudade
Uma saudade sempre, sempre a aumentar…
Porque essa é a minha única verdade…

Da minha janela vejo um belo roseiral
Deixo-me inebriar pelas cores sem igual
Mas não vou colher as rosas vermelhas

Aos pés do roseiral passa o Tejo
E por ele te mando o meu terno beijo
E deixo que se afundem as dores já velhas…

02.09.08

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segunda-feira, setembro 01, 2008

OU APENAS UMA ALMA COM SAUDADE…

Sinto que não sou mais do que um precipício…
Resvalando pelas escarpas de um abismo
Sou vaga num mar tumultuoso
E minha alma o medo com que cismo
Noite fora, sem qualquer raio de luz…
Serei eu mesma o próprio abismo…
Porque é aí que o medo me conduz…

Serias meu farol vigilante
Com uma luz forte para te ver,
Não fora o nevoeiro constante
Que me faz pensar que te vou perder…

Sinto-me perdida no vórtice da tempestade,
Abismo ao abandono na falésia
Ou apenas uma alma perdida de saudade…


02.09.08

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FROM THE NIGHT AT NIGHT

The night was dancing around the hidden moon
The clouds had been silk embroidered by golden stars
Covering their brightness, while the fairies
Balanced their veils in lost images…
And I, like a flower in a garden, trembling with fear…
Lost of the dreams at the moonlight and the loves
Because behind moonlight, I was neglected…
And every of my dreams were dead…


31.08.08

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