sexta-feira, outubro 28, 2005

EU!


Um objecto só. Umas ripas de madeira, umas armações em ferro e um banco de jardim. Só! Um lugar vazio. Um espaço à espera de quem o quisesse desfrutar…mas ficou vazio…

Passei, olhei aquele banco tão só, pensei que seria o lugar ideal para um momento de reflexão. Mas não me sentei. Respeitei a sua solidão. Afinal estávamos em igualdade de circunstâncias…ambos sós.

Mais uns passos e observei que naquele lugar ermo, poderia realmente ficar com os meus pensamentos, mas continuei a caminhar. Afinal, também me apetecia estar só, também me apetecia deixar toda a minha solidão vaguear sem destino por caminhos desconhecidos, deixar que o som dos meus passos se confundisse com o som de uns passos que queria ouvir, mas que nunca me seguiriam…

Deixei que o tempo cobrisse a minha existência e com a intemporalidade do tempo que me cobria, deixei de estar no tempo que eu julgava que merecia…e mais triste e mais só, deixando o banco solitário, virei as costas e continuei o meu trajecto sem rumo, a caminho de um sem destino, porque todos os destinos estavam obstruídos… e muito só, com o pensamento nele, deixei que uma lágrima rolasse pela face sem viço, que o tempo fizera sem expressão…e o seu abandono ia deixando disforme…

29.10.05

MELHORES DIAS?!

Teimosamente, vamos mantendo as nossas posições e por isso apenas ficamos assim nas fotos...
Mas eu adoro-te!!!

terça-feira, outubro 25, 2005

POEMA CASUAL


Procurei por ti a vida toda, em vão;
Caminhei por longes terras, solitária.
Perguntei a gentes o que era paixão;
Evasiva resposta: uma história lendária…


Existirias para além da minha imaginação?
Não serias uma estátua de pedra calcária?
Para onde olhava e só via ternura e devoção…?
Mas serias realidade, a minha alma solidária…?


Passos dados, sempre em vão, tão triste…
Sempre conclui que esse amor não existe…
Apenas na mente doentia dos apaixonados…


Músicas escutadas, baladas de enternecimento,
Foram as companhias do meu isolamento;
Foram o incentivo dos momentos desolados…

23.10.05

sábado, outubro 22, 2005

INCONSEQUENCIAS


Deixa-me chorar assim, em convulsão,
Não me olhes, nem cortes meu pensamento.
Deixa-me sofrer assim, sem compaixão,
Porque tudo o que disseres será um lamento…


Não quero mais fingimentos de paixão
Nem esperas inúteis. És como o vento…
E de mansinho vens e só dás ilusão;
Depois é o nada. Depois é o sofrimento…


Minhas cinzas e as dos cigarros que fumei,
Juntas às minhas dores e sonhos que te dei
E sem saudade que perdure, deixa-me imolar…


Idealizei que serias um sonho de felicidade,
Um raio de luz, saindo de toda a obscuridade:
Apenas fui um impulso para o teu outro amar…

sábado, outubro 15, 2005

AMO-TE!


Tempo do tempo, do tempo que passou
Em que no espaço, foi tempo passado,
Foi vento, foi sonho, apenas quem se amou,
Em tempo indeterminado, sem se ter amado…


Amo-te, foi tudo o que meu “eu” idealizou,
Mas no tempo perdido, o tempo abandonado,
Ficou sem chama, foi ciclone que passou…
E “o amo-te!”, amo-te, jamais foi escutado…


Como bruma matinal, o nevoeiro, subiu o rio,
Branco, opaco, sem hora ou tempo, deixou frio
E o silêncio da palavra não dita, em mim pereceu…


O meu tempo, sem tempo, triste e acinzentado,
Deixou-me sulcos de ânsia, pelo meu apaixonado,
Porque sem tempo o tenho, no tempo que morreu…


15.10.05
12H25

quarta-feira, outubro 12, 2005

UMA ROSA A FLORIR



No interior de uma noite fria,
Aconchegada na ternura de um abraço
Deixo tomar corpo a minha fantasia
Enquanto no céu, uma estrela faz um traço…


E por breves momentos, um hino de alegria,
Com as tuas mãos quentes no meu regaço
E num estranho misto de prazer e agonia,
Sinto-te. Sou tua, dentro do meu espaço…


Deixa-me dormente este sentimento belo
E mesmo aquando do beijo mais singelo,
Eu deixo meu corpo vibrar, entontecida…


E não querendo, quero-te sempre sentir
Dentro de mim, como uma rosa a florir,
Cada vez mais, e só por ti, enternecida…

quarta-feira, outubro 05, 2005

O TEU BEIJO



Na calma e cálida noite outonal,
Brilhando no rio a noite estrelada,
Deixo que em mim vibre um vendaval
De uma alma triste, só e abandonada…

O beijo terno, a nenhum outro igual,
Deixa-me ficar neste torpor embalada,
Para que o sentir desta magia frugal,
Se eternize e me faça apaixonada…

Suspiro pensamentos de saudade
Lágrimas de triste felicidade
Pelo desejo de poder sonhar…

E nesse beijo que me traz ao mundo,
Relembro todo o sentimento profundo,
Que em mim revive, para te amar…

04.10.05

sábado, outubro 01, 2005

DISCURSO DA DOR


Tenho uma indizível sensação abstracta,
Como o eco de um grito angustiante,
Sinto uma profunda dor que retracta
O desespero que talha meu semblante…


A dor que a dor me causa é ingrata,
Imparável, num faz sofrer constante,
Que no espelho da vida me retracta,
Impiedosa, deixando-me agonizante…


Um sofrer por um amor inexistente,
Uma dor profunda e persistente…
Que leva à loucura, que faz perecer.


Sem vestes, mas vestida de dor
Com um adeus sofrido ao meu amor,
Só me resta um desejo, o de morrer…


30.09.05

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