DISCURSO DA DOR
Tenho uma indizível sensação abstracta,
Como o eco de um grito angustiante,
Sinto uma profunda dor que retracta
O desespero que talha meu semblante…
A dor que a dor me causa é ingrata,
Imparável, num faz sofrer constante,
Que no espelho da vida me retracta,
Impiedosa, deixando-me agonizante…
Um sofrer por um amor inexistente,
Uma dor profunda e persistente…
Que leva à loucura, que faz perecer.
Sem vestes, mas vestida de dor
Com um adeus sofrido ao meu amor,
Só me resta um desejo, o de morrer…
30.09.05
4 Comments:
E a mim, o que me resta? Tudo é em vão...
Beijinhos.
E aqui também não viro as costas nem me afasto, que mais não sei fazer ou dizer.
Gostei imenso de conhecer o teu blog!
Escreves mesmo muito bem...
Parece-me que tanto ao nível de conteúdo como forma, tens uma forte influencia de Florbela Espanca. Será verdade?
Continua a sorrir!
Lindo, belo e profundo este escrito. Tomo no meu ser todas essas palavras, sem retirar uma vírgula e ergo um pedestal a tão magnífico escrito. Talvez Florbela Espanca ou outro poeta romântico, ultra-romântico... Esta dor é dor que também visto e de muitas maneiras todos a vestimos, entre o amor, o desejo, o desespero que nos remete para a morte. Esta é a minha loucura onde se estinguem as palavras da alma. Gostei muito do escrito. Parabéns. Voltarei sempre que puder. Beijinhos e força.
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