segunda-feira, janeiro 29, 2007

SEGREDOS DO VENTO


Ouvi a voz do vento, de noite, a segredar,
Entre o rodado das saias das Ninfas do Tejo,
Que vinhas, de mansinho para beijar,
Aquela deusa que apazigua o teu desejo…

Vieram contar-me o segredo, para deixar,
Que este meu sonho, quando te vejo,
Tenha o seu fim; Tem de acabar…
Querem que eu esqueça o teu beijo… … …

Em coro, Ninfas e vento cantaram.
Bailaram comigo e também choraram…
Como baila numa vela a chama….

Mais triste, mais só com meu azedume,
No Tejo foi todo o meu queixume…
Porque queria ser aquela a quem ele ama…

29.01.07

sábado, janeiro 27, 2007

POEMA AO MEU QUADRO

(óleo sobre tela – Isabel)

Nos verdes do monte espalhei sofrimento,
Esperei em vão que me olhasses,
Que me olhasses por um momento
E depois, terno, me chamasses…

Esperei em vão o teu chamamento,
Esperei em vão que me amasses,
Não quiseste sentir o meu tormento;
Foi mesmo como se não passasses…

Entre as árvores secas do Inverno,
Deixaste minha alma no inferno,
Sem sequer saberes que te amava…

Qual pastor solitário na paisagem,
Para ti, nem fui fugidia miragem,
A miragem que tanto te amava…

27.01.07

quinta-feira, janeiro 25, 2007

DESMORONAMENTO


Entre os escombros
Deste velho edifício abandonado,
Dança um sonho
E o gosto do teu beijo apaixonado…
Dança a ilusão
Dança a loucura;
Paira o medo da distância,
A incapacidade de gerir a ausência…
Nesta velha construção em ruína,
Decadente, decrépita,
Onde ainda bate um coração,
Onde uma alma genuína
Vagueia, cheia de paixão;
Ouvem-se os estalidos da derrocada
Daquele sim que foi não…
De quem foi abandonada,
Sem direito a reconstrução….
Os madeiros envelhecidos,
Nuns olhos tristes e chorosos
Sem uns outros tão queridos…
Rebeldes, falaciosos,
Que vão deixando estes perdidos
Entre momentos tão saudosos…
E na queda eminente,
Sem qualquer salvação,
Deixa-se que passe gente
Que entre a mentira e a omissão
Não escuta os soluços dolorosos
Que rasgam os destroços de quem ainda sente….

24.01.07

quinta-feira, janeiro 18, 2007

A MINHA JANELA SEM VIDA


Fechei a minha janela à vida,
Parti com destino incerto...
Depois de amar e ser preterida
Por quem estava mesmo tão perto...

Todas as cores, as tuas cores
E a água que vais bebendo,
Recordam-me todos aqueles amores,
Já sem vida e por quem eu vou morrendo

E da janela onde tanto vi chover
Onde tanto esperei ver-te aparecer,
Restará um cortinado fechado...

Quando envolto no nevoeiro passavas
E distraído, nunca me olhavas,
Em silêncio, dizia seres o meu amado.

18.01.07

domingo, janeiro 14, 2007

SUBLEVAÇÃO DO PENSAMENTO


Hoje tenho uma pungente vontade de chorar
Toda eu, dentro de mim, choro sem parar… … …

Não me perguntes porquê. É meu segredo
Dir-to-ei amanhã, porque hoje tenho medo… … …

Talvez, mesmo amanhã ficarei calada
Não terei palavras. Pelo silêncio hei-de ficar sufocada…

Possivelmente, amanhã, de novo chorarei.
É possível que volte a recordar tudo com que sonhei…

Mas hoje só me apetece chorar incessantemente,
Com um frio interior, como se fora demente…

Hoje, como ontem, como amanhã, irei morrendo
E meu segredo morrerá, enquanto vou sofrendo…


14.01.07

sexta-feira, janeiro 12, 2007

LEZÍRIA AO VENTO


Deixei meus olhos pela Lezíria verdejante
E que o vento me abraçasse com doçura;
Deixei que fosse o meu eterno amante,
Entre os verdes campos, plenos de frescura…

O sibilar do vento, tão doce e cantante
Fascinou minha alma carente de ternura
E o seu roçar na minha pele brilhante,
Marcou mais esta manhã de loucura….


És o vento que me abraça, eloquente
Sussurrando aquela frase doce e quente,
Que em cada manhã espero, apaixonada.

Ficas em todo o meu ser, como inspiração,
Em meu peito, ajudando a bater meu coração…
Porque és tudo para mim; mesmo não sendo nada…

12.01.07

terça-feira, janeiro 09, 2007

SEM FEEDBACK


Insisto!
Persisto!
Em silêncio pactuo,
Amuo,
Mas não resisto…

Às vezes é indizível
E imprevisível
O discordar,
Mas este amar,
É tão credível…

Por isso não desisto;
Por isso insisto
Que toda esta dor
É por teu amor,
Ao qual não resisto…

Este sentir,
Este repetir,
São por te amar
E desejar
Sem te ferir…

Este silêncio forçado,
Que é a teu agrado;
Este mudo insistir,
Este meu persistir,
Faz de ti o meu amado…


09.01.07

quinta-feira, janeiro 04, 2007

MOMENTO…


Eu e tu.
Tu e eu.
Teu corpo nu,
Tão junto ao meu…
Teu sorriso aberto
Com olhar de ternura
E eu tão perto,
Num encontro de ternura…

Tua pele aveludada
Como pétala de rosa
Deixa-me enleada
E depois tão saudosa…
Teu corpo no meu
Com o brilho do luar,
Foi um sonho que me deu,
Esta vontade de te amar…

Teus lábios acariciadores,
Como uma melodia infernal
São indomáveis devoradores,
Quando beijam sem igual…
Tuas mãos são violinos,
De acordes melodiosos
E teus dedos, como meninos,
Brincam, maliciosos… … …

03.01.07

2007

FELIZ 2007 !!!



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