sexta-feira, junho 30, 2006

O MEU IMAGINÁRIO

Já não te vi esta manhã…
Partiste tão rapidamente…
Senti-me um pouco perdida,
Como no passado…
E fiquei envolta na saudade,
Apenas com a esperança vã
Que não houvera sonhado,
Estar a fazer amor contigo,
Na minha vida do imaginário…

Sorrio quando me zango.
Enganas, … mentes?
O que devo fazer
Para esquecer…?
Fico triste e também erro?...
Contudo sei o que está errado.
E também sei o que está certo
E morrerei pela verdade…
Na minha vida do imaginário…

Espera! Espera, amigo, meu amado,
Meu irmão de caminhada
Aperta-me num abraço
Porque te encontrei perto,
Quando ia pela manhã,
Depois de juntos estarmos,
Ultrapassando qualquer barreira
E nos termos amado,
Na minha vida do imaginário….

Passa os olhos neste poema
E far-te-á chorar…
Porque um falso telefonema
Me diz onde foste parar…
Ninguém se preocupa deste sofrer
Nem que de amor possa morrer
Porque só me querem agredir,
Para que a vida seja a morte,
Na minha vida do imaginário…

Mordo os lábios até sangrar,
Escondo os olhos tristonhos,
E volto a olhar em redor
E estou sempre só…
Tão só…
(E tu em imaginação)…
Em gelo fica meu coração
Entre a quente multidão
Nesta minha vida do imaginário…

30.06.06
isabel

quinta-feira, junho 22, 2006

PALAVRAS/CASUALIDADES


Ao nosso desenvolvimento chamamos vida
E ela passa, a cada momento, a aprender
E ensinou-me como foi bom querer-te
E como foi inesquecível ser a tua querida…


Também posso recordar o tempo de sofrer,
Em que fui apenas uma tarde esquecida
E a dor que causou ter sido preterida
E a vida parou e tive vontade de morrer…


Em vezes sem conta voltaste para omitir,
Todos os gestos e palavras que queria ouvir…
E de novo apareceu o teu sol a brilhar…


Reflectindo, sinto que tudo o que construí,
Num momento foi só cinza, quando parti…
Porque jamais vou viver para te amar…

21.06.06

terça-feira, junho 20, 2006

ALUCINAÇÃO


Pelo teu braço, a minha mão, meu amor.
Esta mão, com uns dedos já torcidos,
Nunca te fará os afagos merecidos,
Porque penosamente, só vai sofrendo dor…

A minha mão pelos teus lábios queridos
Ainda tentado transmitir-te o meu amor,
Está desajeitada, tremendo e sem calor…
Apenas faz gestos irregulares e perdidos…

Diz-me que esta mão ainda te deleita,
É a mão que sabe amar-te, quase perfeita,
É a mão em que reconheces a amizade…

Diz-me que a minha mão é o porto de abrigo,
Pede-me para que a deixe sempre contigo,
E com ela entre as tuas, eu chegue à eternidade…

20.06.06

sábado, junho 17, 2006

CREPÚSCULO


Teus olhos, esverdeados, doces, ardentes
São como sépalas de rosas fechadas
Poisam nos meus como aves cansadas,
Como minhas lágrimas que rolam dolentes…


E os meus olhos admiram-te… não sentes?
Brilham como estrelas em noites estreladas
Como crepúsculos, em tardes arroxeadas
E perdidos no universo como estrelas cadentes…


Dos teus silêncios vêm muitas, muitas rosas
Que são como tules e sedas vaporosas
Que me abraçam, acarinham e tudo me dão…


Na tua boca, à hora crepuscular, há um sorriso
No teu beijar toda a volúpia que há no paraíso
Que me deixa ardente e palpitante o coração…

17.06.06

quinta-feira, junho 15, 2006

AMAR ASSIM…


Amar assim, tão singelamente
Um amor puro, isento, belo,
Amar assim, sem medo de perder,
Um amor verdadeiro e singelo
Dar, dar, mesmo sem receber,
Amar assim, eternamente…

Amar numa infinita tristeza,
Amar como quem ama flores,
Amar tanto sem nunca te ter…
…Um amor cheio de dores,
Amar e por amor sofrer,
Amar como quem ama a beleza…

Amar assim! Assim, tão docemente
Amar o sol, as estrela, o luar…
Amar viver, viver sem vida,
Amar sorrindo e a chorar…
Amor belo, como estrela perdida
Amar assim, assim perdidamente…

15.06.06

quarta-feira, junho 14, 2006

SONHO ROSA!


Investi demasiado neste sonho rosa
Dei-me toda ao que queria sentir,
Escrevi palavras soltas, verso, prosa
Para ter com quê viver e me iludir…


Descobri que era doce e amorosa,
Que tudo o quanto queria era sorrir
E não mais aquela sombra saudosa,
Que ao iludir-me, fazia-me para mentir…


Entreguei-te meus sonhos divagantes,
Muito irreais e para ti irrelevantes…
Porque nestes sonhos, apenas eu existi…


E pelo sonho cor-de-rosa me mortifico,
Morrendo cada momento que não te dedico
Porque jamais fui uma realidade para ti… …


05.06.06

sábado, junho 03, 2006

TUDO SE ESVAI!

A moldura que envolve meu ser
Estende-se pela Lezíria solarenta…
Guarda meus órgãos, antes de morrer
E a vontade está murcha e lenta…


É este o desejo que tenho a dizer,
Deixar pela Lezíria, na tarde poeirenta,
O que resta, depois de toda morrer
E ir envolta numa nuvem cinzenta…


Fecharei os olhos e o sonho acabará!...
Será cinza meu corpo e ao vento voará…
A Lezíria será planície remota e desvalida…


Arderá a moldura em labareda baixa
E as cinzas não serão jamais a caixa
Do pensamento de quem está desiludida…


03.06.06 – 15h35
In Swim Club

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