PALAVRAS MINHAS

Aqui estou eu.

Do lado de lá está o rio

Minha alma solitária

Pelo que sofreu,

Admira o rio cinzento e frio….

Ao longe o azul da atmosfera

Um azul descorado

Outonal…

A quietude do arvoredo

Diz-nos que não há vento

Uma quietude que mete medo

Ao meu pensamento…

23.11.09

DIA HOMENAGEM

Hoje é aquele dia

Em que a morte tem aniversário

É o dia da agonia

Onde deixo meu fadário

O dia de hoje é o aniversário

Daquele belo e saudoso amigo

Parecido contigo

Porque coroou-o a lealdade

E quis a Natureza

Que partisse

Porque a morte é uma crueldade

Quando não se merece morrer…

Hoje foi o dia em que a saudade

Ficou na escrita

Porque apenas posso saudade escrever…

17.11.09

DORES!

Os primeiros acordes de um violino

Soam melódicos, apenas são acordes…

Depois crescem suaves e penetrantes,

Juntam-se a outros sons e são como a dor

Primeiro suave, depois profunda e agreste,

Agudizam-se os sons, tornam-se enervantes

Como são as birras de um menino…

Com lágrimas e gritos fortes,

As dores profundas são irritantes

Fazem lembrar aquele primeiro amor

Em que nasce um ciúme pequenino

E depois estraga tudo o que havia antes…

As dores físicas são um terror

As dores da alma são as perdas do amor…

14.11.09

MADRUGADA

Penetrou o Sol pela madrugada

Húmida, depois de uma noite fria

Qual deusa esbelta e apaixonada

Foi-se deixando enlear pela magia…

Pelos raios do Sol foi afagada

Sentiu a madrugada a doce companhia

Dum Sol que a deixou enamorada

Enquanto subia no horizonte da fantasia

Sobe o Sol no horizonte, a madrugada esquecida

Resta um dia depois de uma manhã perdida

Porque a madrugada ficou chorando

Quando o Sol desce e se vai deitar

O dia escurece e é noite para sonhar

Com outra madrugada que vai chegando…

09.11.09

POEMA PARA UM COMENTARIO

... E num suspiro.

Um suspiro apenas,

Para deixar o som nos lábios

Onde me inspiro,

Para deixar palavras, às centenas

Louvando teus versos sábios…

Num suspiro que fica meu sentir

Que sendo um adeus não é despedida

Nos ventos fica meu partir

Ouvindo tua poesia tão querida…

E num suspiro apenas sou eu

De mãos estendidas

Cheias de ilusões perdidas…

05.11.09

DO NEVOEIRO

Um manto de nevoeiro deixou tudo coberto

O meu monte ficou escondido

O meu olhar empalidecido

Como através de um cortinado

Tento em vão ver os contornos

Mas tudo parece ilusão…

Meu pensamento parou

E a instabilidade se instalou

No que parece ser tudo em vão…

Quero restabelecer o equilíbrio

Tento estabilizar a emoção

O cansaço demove-me a vontade

A memória esgota-se perdida

E pensar em ti deixa saudade

Mas já nada faz perdurar minha paixão…

31.10.09