quarta-feira, maio 31, 2006

VIVER!



Sermos o que jamais vamos ser,
Nem ter o sol como fonte de calor,
Não haver mais palavras para dizer
E sabermos que o vento já foi amor…



Ser sem ser, poder ter vida e viver
Mesmo que essa vida fosse de dor
E estas palavras não fossem para dizer,
Foi o quanto sempre senti, meu amor…



O crepúsculo da vida vem de mansinho,
E tu, amor, vais fugindo devagarinho
E eu, que sendo sem ser, só serei a dor…



E sozinha, sofrendo a dor deste amar,
Fico perdida nas lágrimas do meu chorar,
Porque amando assim, apenas serei dor…


25.05.06

sábado, maio 27, 2006

QUERERIA?

Eu queria amar,
Amar alguém, perdidamente.
Eu queria dizer,
Palavras, docemente,
Que pudessem ficar,
Para sempre, eternamente,
Gravadas no seu ser…


Eu queria amar,
Amar alguém, loucamente
Eu queria ver,
Esse olhar diferente,
De quem se vai apaixonar
E fica eloquente,
Feliz, cheio de prazer…


Eu queria que a minha fluidez verbal
Fosse o néctar, que alimentasse teu ser,
Que não fora apenas a hipótese virtual,
Mas sempre, o que pudesses ser… … …


23.05.06

sábado, maio 13, 2006

GOTEJAR DE SENTIMENTOS


Falo da Morte, minha companheira
Porque dos sonhos nada há a dizer…
Esperei por eles uma vida inteira…
Jamais vieram para me dar prazer…

Louvo a Morte! Da Vida, a canseira
E só um imenso desejo de morrer…
Da Vida ficou apenas a imensa asneira
De sonhar contigo. De tanto te querer…

Os santos, os altares e uma fé em vão,
A esperança de ainda sentires paixão,
São momentos que se perderam no além…

O teu gargalhar troçando do meu amor,
A tua indiferença por toda a minha dor
E sempre o teu olhar de amante de alguém…

12.05.06

terça-feira, maio 09, 2006

DESPOJOS DE UM SONHO


Eu sou a vela que se extingue lentamente,
Postada aos teus pés, como num altar…
Minha chama baça dança vagamente
E perde-se nas sombras do teu olhar…


O fumo em longa espiral, sobe tremente,
Igual à brisa de um estio, à beira-mar…
Tu, igual a um nada, és sonho inexistente
E eu, apenas a vela ardendo, por te amar…


Dos meus sonhos nada resta: só dou
E do nada que resta, já nem sei quem sou:
Breve suspiro, memória de uma vaga ilusão…


Dos meus anseios, resta o nada da vida.
De todo o meu tempo, nem uma hora sentida
E a vela vai consumindo-se por esta paixão…




09.05.06
11H45

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