domingo, fevereiro 26, 2006

MEU DOCE AMOR


Perguntei àquela nuvem reluzente
Se podia ser o meu doce amor
E fiquei expectante e impaciente
Cheia de medos e cheia de dor….


Minha nuvem bela e sorridente,
Vinde de mansinho dar-me calor
Vinde dar-me do que estou carente,
Pois que este viver já nem tem valor…


Se me desses do teu amor um pouco,
E fossemos felizes neste mundo louco,
Cantaria hinos de eterna felicidade…


Se me deixasses, junto de ti, cintilar,
Crê que jamais deixava de te amar
E seria o teu fulgor até à eternidade…

26.02.06

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

OS NOSSOS MUNDOS


O teu mundo é realmente teu. Teu inteiramente! …
O meu mundo é meu. Para mim o mais real…
Mesmo que para ti este não seja o mundo ideal:
É tudo o que temos, como verdade mais veemente…


O meu mundo é o meu ser exótico de sangue dourado,
Onde teus peixes nadam em ziguezague, constantemente,
Onde vão procurar o plâncton do amor, incessantemente,
Para poderem alimentar todo o seu sonho mais amado…


E estas minhas mãos que apenas são caminhos vazios
De ternuras e carinhos, perdidas entre altos penedos,
Trementes de angústia, com ferventes desejos e medos
Vão deixando sulcos de lágrimas e marcas de beijos fugidios…


Erguidos aos céus, os ramos das árvores vão suplicando
Como braços levantados em lamento, de quem foi recusado,
De quem na vida apenas vai vivendo, só e mal amado,
E numa espera sem fim, triste e cansado, vai chorando…


Dos ramos já sem forças que pela terra vão escoando,
Numa teia labiríntica, como que pedindo protecção
E deixando de procurar no céu e correndo pelo chão,
Nessa busca incessante, julgam ver quem estão amando……


E com aquele sorriso sarcástico, maléfico, de desdém,
Troçando desta angustia que me consome e arruína,
Que me enche de ciúme e não me deixa ser genuína,
Vais-te embora sorridente, uma vez mais, para o além…


23.02.06

terça-feira, fevereiro 21, 2006

SILÊNCIOS


A noite sem noite veio e desceu
Sem estrelas, sem barulhos, sem lua…
A noite foi espaço que em mim morreu,
Para acabar silenciosa, sem ser tua…

Mas meu é todo o silêncio que pereceu
Dentro dos meus sonhos e até na rua….
Porque este amar nunca mereceu
A beleza que encerraria o ser “tua”…

E estes silêncios a que me obrigas,
Mesmo que mintas e que nunca me digas,
São uma dura e muito dolorosa realidade….

Porque o gesto e este silêncio imposto
Transparecidos no meu triste rosto,
Deixam ler que ser rejeitada é a verdade…

21.02.06

sábado, fevereiro 18, 2006

ESPAÇO


O banco vazio de pedra fria
A mesa sem nada, nua,
Nem papel, nem caderno
Esperaram em vão e quem diria,
Apenas pelo pálido sol de Inverno…
Que deixou que o silêncio da rua
Testemunhasse a solidão
Do banco de pedra fria,
Onde se vai deitar a lua,
Sem sonhos, sem ilusão,
Porque esses apenas são,
Os daquele amor eterno,
De outros bancos, de outros sentidos…
De carnes mexidas e flácidas
Onde nem papel nem caderno
Têm qualquer utilidade,
A não ser para falar de Inverno,
De ilusões perdidas…
De gentes preteridas…
Numa constante mentira/verdade…
De éticas pervertidas…

19.02.06

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

FOLHAS SECAS


Folhas secas e espalhadas pelo chão
Restos de um Inverno que me marcou…
São pedaços de mim; tempos em vão…
Marcas do que tanto me magoou…

16.02.06

terça-feira, fevereiro 14, 2006

IRRACIONALIDADE


E se houvesse um seixo,
de rocha em rocha a rolar,
Seria meu amor a partir…
Seria o tal sentimento
Que sem um olhar deixo,
Deslizar, até se afundar…

E se houvesse um caminho,
Como estrada de alcatrão,
O seixo iria sempre a rolar,
Como o tal sentimento,
Que só deixou ilusão,
E no mar ia acabar…

Caído no fim do rochedo,
Lá estará o meu amor:
Despedaçado, desintegrado…
Sem cobardia nem medo,
sem mais mentira ou dor,
apenas um amor acabado…

14.02.06

segunda-feira, fevereiro 13, 2006


Grandes sonhos, escoam-se por estreitas passagens, rumo ao mar sem fim, onde se afundam...

sábado, fevereiro 11, 2006

RISCOS…


Há quem corra riscos de vida, para nos proporcionar comodidade…
Mas há quem não olhe a riscos, para prejudicar a nossa felicidade…

domingo, fevereiro 05, 2006

TERCEIRO SEXO


Como bom fazedor de letras,
Jogando com elas como xadrez,
Falando aqui e além umas tretas,
Pergunto-me qual a próxima vez…
Avançam as brancas ou as pretas?...

Convencido, convencendo não sendo,
Irando, revoltando tudo sem nexo,
Com todos a ver e eu não vendo,
que apenas sou o terceiro sexo
a querer tudo… não querendo…
e com minhas ilusões tão funestas…


04.02.06

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

REFLEXÕES E MORTE


Morte que sobrevives à Vida,
Morte eterna és a verdade.
Vida que nos escapas entre os dedos.
Dando-nos tantos medos,
Numa agonia de felicidade fingida,
Deixando-nos na irrealidade…

Por isso louvo a Morte que é bela.
E me vai deixar de partida,
Desta Vida que é um tormento…
Porque enquanto vivemos,
Só vivemos em pensamento.

Se a Morte nos leva da Vida
E a chamam de cruel,
Não sabem o que é o sofrimento
De quem sempre foi preterida
Por um pouco de felicidade…
Por um amor que não foi realidade
E que vai procurar paz,
Aquela que só a Morte traz
Numa perfeita Liberdade!

01.02.06

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