“ESTA MANHÔ
Existiu a noite. Existe o dia
E existo eu perante o que desconheço
Eu e a minha triste poesia…
Eu que nada mereço
Senão esta agonia…
E nasce o sol e seu primeiro raio
E a canção que me cantavas
Nas perdidas manhãs de Maio
Enquanto esperavas
Pelo meu riso de alegria…
Nasce a lua pálida mas resplandecente
Acariciando as sombras do ocaso
E nasce mais este sonho incandescente
Que revive mesmo fora do prazo…
Como um desejo remanescente…
Existe o rio e existe a barcaça
Existe o barqueiro e eu…
Existe o desejo que me enlaça
Ao sonho que já morreu
Por alguém que não me abraça…
Existe ainda o apocalíptico anseio
Ora virtual ora verídico
Com outras verdades pelo meio
Que sustentam o momento crítico
Momento ténue em que me enleio…
16.10.07
Etiquetas: poesia
1 Comments:
Pergunto-me pelo que é que existe e se afinal eu tenho algum significado na existência. Pergunto-me sim... E o que é que eu mereço? Estou cansado deste cansaço desta verdade mentirosa e do sol que não traz novidades e da luz que se converte em noite e a noite que sustenta o eterno.
O que é que nasce afinal e qual a finalidade? Onde está o interesse? o acaso sustenta todos os prazos que não têm prazo! Anseio? Anseios? Verdades? Quais? Como sei? Todos os momentos são fugas do nada, o nada que está em constante manifestação. Não sei, não consigo saber, não consigo entender e todo o possível entendimento escapa-me aos dados sensoriais às forças elevadas, essas que são indomáveis.
Muito tinha a dizer e ainda que dissesse mais alguma coisa, confesso que não diria nada... tudo está por dizer. Será que não chega dizer que apenas gostei do trabalho?
Beijinho da Alma
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