quarta-feira, outubro 24, 2007

“COMO UM AFAGO NOCTURNO”

Eu sei que vens aqui ler este poema
Como quem vem ler uma oração
Vens aqui em romagem de saudade.
Vens ler toda a minha escrita…
Lês-me como quem resolve um teorema
E crês no meu amor com devoção
E até aceitas a minha verdade
E… também a minha desdita…

Eu sei que são lágrimas esta poesia
E que o que escrevo tem muita dor,
Mesmo quando me abraças fortemente
E me chamas de tua querida…
Mas por ser apenas a minha fantasia
E nunca o teu amor…
Minha alegria é intermitente
Porque no íntimo, sou sempre preterida…

Podia sentir-me feliz e cantar glória
Mas a incerteza comanda a vontade
E todo o meu sentir é imagem ilusória
Que desperta aquela velha saudade…

Na ultima linha desta poesia
Deixo-te todas as palavras e a flor
Que te vai recordar este dia
E todo o meu amor…

24.10.07

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