sábado, setembro 08, 2007

MEU RIO DE AMOR


O Tejo entre as suas margens
Corre manso e caudaloso
Comparo-o aquela imagem
De um amante amoroso…

As margens, quais pernas esticadas,
Vão aceitando os afagos amorosos,
Ora chorando, ora rindo às gargalhadas,
Deste amante eloquente e tão garboso…

Ai Tejo, com teu imenso caudal
Deixas as margens, verde húmido…
E porque és o amante mais ideal,
Sugam-te as margens o fluido…

No vai e vem das marés
Penetras no leito profundo
Amante fiel como és,
Enterneces todo o mundo…

Nas marés baixas, beijas mansamente
Lambendo as margens com doçura
Ai Tejo, como és eloquente
Num verdadeiro baile de loucura…

Num orgasmo cadenciado
Deixa-se a Lezíria amar
Porque o seu doce apaixonado
É o Tejo, que podemos admirar…


08.09.07

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